Notas de campanha (21)

1. A Antena 1 passa a primeira entrevista do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, depois da intervenção a que teve de ser submetido. Decorre num registo tranquilo, de parte a parte: o entrevistador (Joaquim Reis) pergunta tudo o que quer, no tom apropriado, sem pressas nem obsessões; o entrevistado responde, com serenidade e clareza. Deu gosto ouvir.               

2. A senhora do minimercado saúda a chegada da brigada a Vila Nova da Telha. “Ainda bem que vieram.” Viemos porque estamos sempre com o pequeno comércio, com as micro, pequenas e médias empresas. “É preciso, é preciso, por isso confio em vocês!”           

3. Na estação do metro de Pedras Rubras, solheira, os passageiros aguardando partidas recebem com simpatia geral os documentos da CDU. Um homem esboça um “Não vale a pena, são todos iguais”. Olhe que não, olhe que não: a quem é que deve o estabelecimento do passe intermodal único na Área Metropolitana e a metade dos preços? É ao PCP. Se não fosse a luta de mais de 20 anos do PCP, a pressão do PCP por este objectivo justo, o Governo PS não teria cedido. “Se é assim…”

4. Adiante, um reformado aceita o documento “porque sim”, mas replica a cantilena. “Para mim, do primeiro mais à esquerda ao primeiro mais à direita, são todos iguais.” Acha que sim? Ora leia bem as nossas propostas e veja se se comparam com as de outros. “Pois, mas o que eu queria ver era obra.” Somos só 12 em 230 deputados, mas temos obra, mais propostas do que os outros, e muitas conseguidas. O senhor deve ter netos: os pais não gastam dinheiro com manuais escolares, graças ao PCP e à CDU. E ele: “Eu também nunca gastei para os meus filhos, porque era a empresa que pagava.” Não era a mesma coisa: muitas vezes, isso funcionava para não pagar melhores salários aos trabalhadores. Ele fica contrariado: “No tempo em que o salário mínimo era de 40 contos, eu ganhava 220!” E quanto ganhavam os trabalhadores da sua empresa mais mal pagos? “Uns 42…”

5. Na cidade da Maia, uma mulher passa apressada, mas aceita a propaganda com uma gargalhada. “Ainda se ao menos viesse uma nota de cinquenta no meio!” Não vem, mas com o reforço da CDU, com mais deputados, há mais força para aumentar os salários e a senhora terá muitas notas de 50 a ganhar. “Lá isso também é verdade!”     

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