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A mostrar mensagens de março, 2022

Pela paz, contra os silêncios, é urgente a inquietação dos democratas

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Conheço há muitos o Conselho Português para a Paz e a Cooperação (CPPC), a sua actividade e muitos dos seus dirigentes e activistas e eu próprio já participei em inúmeras iniciativas, com intervenções em debates e encontros e sou, com muita honra, membro da sua Presidência . Feita esta declaração de interesses, quero prestar testemunho público de profundo apreço pelo generoso empenho e pela abnegada militância pelas causas da paz, do desarmamento, da cooperação entre os povos, da resolução pacífica e negociada dos conflitos de todos quantos conheço, com natural destaque para a presidente da sua Direcção nacional, Ilda  Figueiredo. Com a profunda convicção de que é absolutamente imperioso travar o dramático curso da guerra na Ucrânia e dar uma efectiva, coerente e consequente oportunidade à paz, participei na magnífica jornada realizada pelo CPPC na Praça de D. João I, em substituição do Concerto pela Paz que habitualmente decorre no Teatro Rivoli. Com a consciência de cidadão livre, pr

Novembro não é Abril!

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A pretexto da celebração do cinquentenário do 25 de Abril - que começou ontem e que hoje assinala 17 500 dias em democracia, mais um do que os 17 499 de ditadura fascista - temos assistido à insistente pergunta ao até agora comissário executivo das comemorações sobre se o 25 de Novembro também vai ser assinalado. Pedro Adão e Silva tem respondido nas entrevistas da forma politicamente possível: que, tal como defendem o general Ramalho Eanes e o coronel Vasco Lourenço, ambos protagonistas do 25 de Novembro, devemos celebrar o que nos une e não o que nos divide; e o que nos une é o 25 de Abril. É compreensível.  Tal insistência - certamente não instrumentalizada - não é indiferente ao crescendo de normalização do discurso reacionário e revanchista no qual a extrema-direita encontra oportunidade para ajustes de contas com a Revolução de Abril. Ao longo dos quatro anos de comemorações, que terminam no final de 2026, não faltarão provocações e novas tentativas de branquear os factos e de re

Ucrânia: A inquestionada suspensão de partidos da oposição

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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou ontem a “suspensão” de onze partidos e formações políticas, por alegadas (muleta deontológica que a imprensa dispensa neste caso…) ligações à Federação Russa. O anúncio foi acolhido com uma quase indiferença, sem que se conheça qualquer comoção mediática – nem noticiosa nem no plano dos comentários – ao nível dos media dominantes, ou dos governos europeus perante tamanho ataque às liberdades políticas dos ucranianos e aos princípios basilares da ordem constitucional democrática. Os efeitos da decisão, atribuída por Zelensky ao Conselho Nacional de Defesa e Segurança, produzem-se durante a vigência da lei marcial, decretada em 24 de Fevereiro e prorrogada ontem por mais 30 dias, mas nada garanta que não se tornem definitivos. Entre as formações atingidas estão a coligação Plataforma de Oposição – Pela Vida, o Partido Sharia, o Nosso, a Oposição de Esquerda, a União de Forças de Esquerda, Estado, Partido Socialista Progressista

No dia em que o PCP se “afastou” da “Rússia capitalista”

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O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa, dedicou uma boa parte do seu discurso de encerramento do comício comemorativo do 101.º aniversário da fundação do partido, no passado dia 6, à invasão da Ucrânia pela Federação Russa, ao contexto dos acontecimentos e à campanha anticomunista e contra o PCP que os seus adversários aproveitam para fazer. As suaspalavras , de clara e inequívoca condenação e de defesa da paz e da solução negociada dos conflitos internacionais, à luz do direito internacional, da Carta das Nações Unidas e da Acta Final da Conferência de Helsínquia, foram seguidas pelos jornalistas que cobriam a iniciativa no Campo Pequeno e nas redacções. De acordo com o paradigma relativamente antigo segundo o qual “a rádio anuncia, a televisão mostra e o jornal explica”, com a adaptação moderna que poderíamos reescrever como “o meio electrónico anuncia, a televisão mostra e o jornal (impresso) explica”, seria de esperar: a) que os jornais (impresso

Uma entrevista muito esclarecedora

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Nenhum outro partido como o Partido Comunista Português (PCP) tem sido submetido ao mais insistente escrutínio sobre as suas posições sobre a situação na Ucrânia. Faz parte da dura batalha ideológica para a qual tudo serve de munição para visar o alvo preferencial - o PCP - ao mesmo tempo que deixa de fora o que verdadeiramente conta para discutir o assunto.  A entrevista concedida pelo líder parlamentar comunista, João Oliveira, dada ontem à estampa no Público (versão impressa) e disponível no sítio electrónico do jornal, reflecte o modo como os meios de informação continuam a abordar o tema, mas também não deixa de esclarecer aspectos essenciais para a compreensão do posicionamento do Partido. A ver com toda a atenção.      

Ouçamos outras vozes

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Com a deflagração da confrontação armada na Ucrânia, os meios de informação, e em particular diversos canais de televisão, têm-se empenhado em manter em antena uma colecção de comentadores mais ou menos especializados em assuntos internacionais e em assuntos militares. Vale a pena escutar com atenção o que nos dizem particularmente os oficiais portugueses, outras vozes que escapam ao consenso prevalecente no sistema mediático.

Não, não podemos aceitar a censura da UE à RT e à Sputnik!

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Há vários dias foi anunciada a censura europeia ao canal informativo no cabo RT (anteriormente designado Russia Today) e à agência de notícias russa Sputnik. Hoje, consumou-se: com a aplicação do Regulamento (UE) 2022/350 do Conselho, de 1 de março de 2002 , nos 27 países da União Europeia, Portugal incluído, os distribuidores de serviços de programas de televisão e os serviços de redes sociais estão proibidos de os disponibilizar. Não vi ainda nenhuma organização – nem a Federação Internacional de Jornalistas , nem a Repórteres Sem Fronteiras , nem o português Sindicato dos Jornalistas –, nem nenhum movimento de sobressalto cívico condenar tal acto de censura com a veemência que se impõe, ou sequer esboçar o mínimo gesto, tímido que fosse. Não é necessário invocar o argumento, aliás correcto, da enorme utilidade, para os jornalistas e para os cidadãos em geral, de termos acesso a pontos de vista diferentes, porventura contraditórios e até antagónicos, sobre factos. Basta-me, e