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A mostrar mensagens de fevereiro, 2022

A guerra na Ucrânia e a campanha anticomunista

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  Poucos terão dúvidas de que decorre, há muitas décadas, uma prolongada e profunda batalha ideológica, na qual o capital investe poderosos recursos, em ordem a suportar a sua extensa e influente máquina – de que os órgãos de comunicação social são um instrumento determinante –, destinada a combater as forças que se lhe opõem, cujos meios jamais serão equivalentes. Também não restarão grandes dúvidas de que, em momentos como aquele que atravessamos, tal batalha adquire maior intensidade. Cavalgando a onda da actualidade, a máquina dominante não hesita em insuflar a insídia e a mentira, manipulando, distorcendo a informação, omitindo elementos fundamentais à compreensão historicamente informada e honestamente contextualizada dos acontecimentos. Também não é por acaso que essa máquina aproveita todos os pretextos para, no contexto português, tornar o Partido Comunista um (ou “o”?) alvo preferencial dos seus ataques, mesmo que tal objectivo se revele e se comprove como completamente d

Sobre o pronunciamento do PCP acerca da situação no Leste da Europa

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  O Partido Comunista Português (PCP) pronunciou-se, ontem, “sobre os recentes desenvolvimentos no Leste da Europa” de uma forma tão clara, quanto ao seu posicionamento, que custa a compreender certas interpretações que inundam o espaço público. Vejamos os tópicos essenciais do comunicado : O PCP “manifesta profunda preocupação com o desenvolvimento da situação”. Não há, em todo o texto, qualquer expressão de apoio, nem explícito nem implícito, às decisões das autoridades da Federação Russa. “A situação e os seus desenvolvimentos recentes são inseparáveis de décadas de política de tensão e crescente confrontação dos EUA e da NATO contra a Federação Russa”, incluindo com o alargamento da NATO e a militarização do flanco leste da Europa com o estacionamento de abundantes tropas e armamento, incluindo mísseis, junto à fronteira russa. São factos. “A situação na Ucrânia não pode ser dissociada do golpe de Estado de 2014, promovido pelos EUA, a NATO e a EU, protagonizado por grupos

Pela Adesão de Portugal ao Tratado de Proibição de Armas Nucleares

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O Conselho Português para a Paz e a Cooperação (CPPC) lançou uma nova petição , com um forte apelo directo à Assembleia da República, pela adesão de Portugal ao Tratado de Proibição de Armas Nucleares. Trata-se de uma iniciativa que convoca todos os homens e mulheres empenhados na paz.  Eis o texto de divulgação do CPPC: As armas nucleares são uma das mais sérias ameaças que pendem sobre a Humanidade e o ambiente. A utilização de uma pequena parte das milhares de ogivas hoje existentes colocaria em risco a vida na Terra e provocaria danos irreversíveis no clima, na Natureza e nos ecossistemas. A ação contra as armas nucleares é quase tão antiga quanto estas armas: logo após a terrível experiência que constituiu o bombardeamento nuclear de Hiroxima e Nagasáqui (que mataram de imediato centenas de milhares de pessoas e muitas outras desde então, vítimas dos efeitos d

Puritanismo editorial

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O líder do partido Livre e recem-eleito deputado à Assembleia da República, Rui Tavares, despediu-se hoje do seu espaço de opinião na última página do Público . A saída fora anunciada pela direcção do jornal na passada sexta-feira, dando nota de que "deixará de contar com colunas regulares da responsabilidade de personalidades com cargos políticos e partidários no activo". O anúncio, invocando "os padrões da imprensa de referência europeia", foi saudado por leitores e admiradores com copiosos elogios. Terá a direcção do Público as suas razões; e quem a aplaude legítimo direito de subscrever e aplaudir tal decisão. Não creio que seja motivo de tanto regozijo. Com a independência de considerar que os espaços de opinião da imprensa em geral, e do Público em particular, não só não promovem um efectivo pluralismo político-partidário, como também discriminam opiniões no campo do PCP, não creio que a liberdade de expressão do pensamento através da imprensa e o enriquecim

"Estamos do lado certo!"

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O secretário-geral do Partido Comunista Português avisou hoje os inimigos do PCP e os que insistem no prognóstico do seu definhamento e desaparecimento que o partido se mantém "como força essencial para defender os interesses dos trabalhadores e do povo."   "Se pensam que desistimos, estão enganados", disse Jerónimo de Sousa, intervindo, no Porto, num comício sob o lema "Contigo todos os dias", que encheu o pavilhão da Escola Secundária Carolina Michaëlis. "Aos que julgam que os ventos contrários quebrarão as nossas convicções, desiludam-se: estamos do lado certo!" Mesmo com uma representação parlamentar mais reduzida, "cá estamos e cá continuamos a agir para recuperar posições perdidas, tal como já aconteceu no passado, dando mais força à luta pela política alternativa patriótica e de esquerda que o País precisa e que estas eleições não resolvem, nem vão resolver", acrescentou. "Cá estamos e cá continuamos com a força da expressão

O papa Francisco, a Ucrânia e as liberdades interpretativas sobre um apelo

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Ao fazer hoje um apelo à paz na região da Ucrânia, o papa Francisco ter-se-á referido mesmo, explícita ou implicitamente, àquilo que a imprensa dominante classifica como “ameaça crescente de uma invasão da Ucrânia pela Rússia”? A pergunta faz sentido, tendo em conta a extraordinária responsabilidade diplomática que uma afirmação em tal sentido representaria para o próprio chefe de Estado do Vaticano e líder espiritual de muitos milhões de católicos espalhados pelo mundo, especialmente na Europa. No entanto, foi possível ler-se hoje, em vários órgãos de informação em linha, uma notícia com o seguinte lead : O Papa Francisco defendeu hoje que a ameaça crescente de uma invasão da Ucrânia pela Rússia deve ser resolvida através de um diálogo sério e considerou que avançar para "uma guerra é uma loucura".     Trata-se de uma replicação de um telegrama da Agência Lusa datado de hoje, às 11:17: Cidade do Vaticano, 09 fev 2022 (Lusa) - O Papa Francisco defendeu hoje que a a