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A mostrar mensagens de agosto, 2023

Santana Lopes em mais uma "corrida", ou as estafadas muletas jornalísticas

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Eu sei: é mesmo uma piada de mau gosto, mas o alvo, esclareço desde já, não é o aparentemente visado, mas sim um jornalismo que não desiste dos chavões e das muletas. Cá vai, acabadinho de inventar: Diz a TV que o Santana Lopes está disponível para a corrida presidencial. Eu achava que, em matéria de eleições nacionais, já estava escaramentado com um famoso estampando automobilístico... Pronto, se calhar a piada é um bocado seca, mas é só para dizer que talvez esteja na altura de a malta inovar um bocadinho.

Memórias da torre JN (7)

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  Memórias da "torre": saudades do brado de alerta "Controladores!"

O caso Rubiales/Jenni Hermoso: Era simples, não é?

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O avassalador interesse mediático (vá lá saber-se as razões genuinamente interessadas e as razões obscuramente interesseiras) pelo caso do beijo forçado à jogadora Jenni Hermoso voltou hoje a ser agitado pela divulgação de um vídeo que, voluntária e conscientemente, ou involuntária e inconscientemente, introduz uma narrativa lúdica normalizadora do comportamento do presidente suspenso da Federação Espanhola da Futebol. Percebe-se o alcance pretendido da coisa: no fundo, no fundo, aquilo é tudo uma galderice, Jenni Hermoso é mais cúmplice do que vítima e Luís Rubiales fez o que era suposto ser normal. Não, não é normal, por muito que repisem na divulgação das aparentemente divertidas imagens da viagem de autocarro, nas quais as jovens atletas parecem não só condescender mas também apoiar o sucedido. Poderia elaborar aqui sobre as múltiplas hipóteses sobre o que aconteceu (incluindo sobre o “êxtase”, o momento extraordinariamente efusivo do contexto, as fragilidades emocionais – e

Na apresentação do n.º 7 (III série) da revista "Diagonal"

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Decorreu hoje, no Centro de Trabalho Guilherme da Costa Carvalho, no Porto, a apresentação do n.º 7 (III série) da revista Diagonal , do Sector Intelectual (SIntel) do Porto do Partido Comunista Português, na qual tive a oportunidade de falar sobre a entrevista ao secretário-geral do PCP que nela publico, aproveitando para dizer algumas palavras de reflexão sobre este importante género jornalístico. Partilho se seguida a cábula da intervenção:   1.  Para que serve a entrevista? Para dar a conhecer a pessoa do entrevistado, o que pensa, o que propõe, o que realiza vs. tendência em voga, sobretudo em certas televisões e com algumas personagens, da entrevista “confrontacional”, interrompendo o raciocínio, por vezes com arrogância, atropelando com sucessivas perguntas sem as anteriores estarem respondidas…     2. Breve reflexão – partilha de inquietações de ofício – sobre responsabilidade e exigências técnica e ética na entrevista, sobretudo na imprensa (geralmente editada) Proble

Sobre o deslumbramento cíclico dos media pelas "universidades de Verão" das jotas

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Todos os anos, é mesma coisa: os órgãos de informação deslumbrados e rendidos ao quase glamour das "universidades de Verão" nomeadamente da JSD. Na JSD, coisa é levada tão a sério que até tem um reitor, um Reitor!(*) As jornadas assim chamadas "universidades" terão certamente o seu interesse, e talvez seja notícia a mobilização de "notáveis" (às vezes chamam-lhes "barões"!) para fazerem umas palestras (eu preferiria "charlas", à espanhola...) aos jovens aspirantes a dirigentes partidários. Mas os jornalistas e os órgãos de informação prestariam um serviço muito mais interessante, de um ponto de vista estritamente jornalístico, isto é, do sempre invocado "interesse público", se fossem ver e aprofundar como, nos mais diversos partidos, se faz (a) a formação ideológica permanente dos militantes e (b) a formação de quadros, jovens incluídos. Aproveitando o "balanço", sempre poderiam aproveitar para analisar (a) a imprens

Memórias da torre JN (6)

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´ Memórias da "torre": exercício de ironia num "linguado" do JN, de autor anónimo do século XX.

O beijo imposto a Jenni Hermoso, violência sexual e relações de produção

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Já muito por aqui se escreveu – e em vários casos muito bem e muito melhor do que eu seria capaz – sobre o famigerado caso do beijo não consentido, portanto uma agressão sexual, perpetrado pelo presidente (agora suspenso) da Federação Espanhola de Futebol contra a jogadora Jenni Hermoso. Mas não poderia deixar de passar em claro o conteúdo e o significado da sequência de imagens da reunião extraordinária da Assembleia Geral daquele organismo transmitida pelas televisões na qual, Luis Rubiales, depois de arengar sobre o seu ponto de vista quanto ao sucedido, repete cinco vezes (cinco vezes seguidas!), num tom e com uma arrogância inauditos, “Não me demito!”, é aplaudido de pé aparentemente pela maior parte dos participantes, incluindo mulheres (embora algumas delas mais hesitantes…). As imagens disponibilizadas pelosítio oficial da Federação mostram que os aplausos mais efusivos – de pé, desde logo – acorrem sobretudo na mesa da assembleia e nas primeiras filas, mas confirmam o apl

BRICS Plus e uma nova ordem multipolar

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  O reforço da organização multilateral BRICS (acrónimo de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), com o alargamento, no próximo ano, ao Irão, à Arábia Saudita, aos emirados Árabes Unidos, à Argentina ao Egipto e à Etiópia, anunciado hoje em Joanesburgo, no final da sua 15.ª Cimeira, constitui uma notícia de enorme significado para uma nova ordem verdadeiramente multipolar. Se os actuais cinco BRICS somam já 42% da população mundial e quase 25% do PIB, constituindo um bloco de comércio e cooperação que escapa às esferas de influência e controlo dos Estados Unidos da América e da União Europeia, o reforço previsto para já (à data desta cimeira, havia 23 pedidos de adesão e 40 outros anunciaram as suas intenções no mesmo sentido) confirma uma marcha singular do multilateralismo de novo tipo – mais cooperante, menos desinteressado, mais solidário, não obstante diferenças expressivas de orientação política interna, algumas contradições e até antagonismos. Não serão, contudo, tem

Marcelo e a Polónia militarista

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Alguém faça o favor de actualizar o chefe supremo das Forças Armadas portuguesas sobre o dispositivo da NATO estacionado na Polónia e, especialmente, sobre a sua evolução ao longo dos anos. Mais: alguém esclareça S. Ex.ª o Presidente da República acerca do percurso de pedinchice armamentista da Polónia e da preocupante militarização do país e das suas fronteiras.

Agendar: apresentação do novo número da revista "Diagonal"

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Agenda: É já de hoje a oito dias, pelas 18:30, no Centro de Trabalho Guilherme da Costa Carvalho (Bonfim), a apresentação do n.º 7 (III série) da revista Diagonal , do Sector Intelectual do Porto do PCP. Inclui uma entrevista com o Secretário-Geral do PCP, Paulo Raimundo (por Alfredo Maia com fotos de Egídio Santos), para além de artigos de: Maria João Antunes, investigadora, sobre a evolução do Ensino Superior em Portugal; Pedro Marques, músico, sobre o Coral de Letras da Universidade do Porto no seu 50.º aniversário; Entrevista ao jornalista e professor do ensino superior, Rui Pereira (com fotos de Egídio Santos), sobre a comunicação social na actualidade; Texto colectivo, do Subsector dos Professores do Sector Intelectual do Porto do PCP, sobre os problemas da defesa da Escola Pública e as reivindicações dos professores. São evocados os centenários de José Saramago e do poeta Eugénio de Andrade, em textos da autoria de Jorge Sarabando e de José António Gomes. Com esta edição, para a

Memórias da torre JN (5)

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Memórias da "torre": o JN ao lado dos oprimidos. Se a memória me não falha, esta fotografia data de 1988 ou 1989, e documenta a reportagem que fiz sobre as inaceitáveis condições em que eram alojados operários de uma fábrica de curtumes em S. Mamede de Infesta (não, já não existe). Recordo-me de, mais palavra menos palavra, o Director do JN, Sérgio de Andrade, ter saído do gabinete e vir ter comigo com uma das suas interpelações curtas, claras, sem meias-tintas e de uma lisura à prova de bala, dizendo-me que tinha recebido um telefonema do patrão da fábrica ameaçando com um processo por invasão de propriedade privada. Rematou que certamente estaríamos preparados para a devida defesa em tribunal. Ainda hoje estou à espera do processo... Saudades de um grande Director!

Memórias da torre JN (4)

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Memórias da "torre": Ena, pá!, tantos no JN!

Memórias da torre JN (3)

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Memórias da "torre": no tempo em que o JN era a torre de "todos os trabalhadores".

Memórias da torre JN (2)

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Memórias da "torre": uma paralisação quase absoluta (apenas dois assinaram a folha de ponto) dos jornalistas que inviabilizou duas edições seguidas do JN, em Dezembro de 1989. Se não me engano, foi a primeira greve que "co-dirigi" no JN como delegado sindical. PS - Reagindo ao "post" originalmente publicado no meu perfil no Facebook, o Professor José Manuel Nobre Correia escreveu: …e quais eram essas "algumas das situações contra as quais os […] camaradas do 'JN' esta[vam] a lutar" ??? De outro modo, 33 anos depois, não se compreende bem a pertinência de tal comunicado…   Há momentos, esclareci como segue (sem prejuízo de vir um dia a aprofundar o assunto): J-m Nobre-Correia  , tem razão. No essencial, o que estava em causa era: (a) a revisão das condições salariais dos jornalistas, profundamente degradadas; (b) a genuína preocupação da Redacção com a fuga de jornalistas experimentados do JN para outros projectos editoriais, especialmente

Memórias da torre JN (1)

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Memórias da "torre": sobre a reprivatização do JN em 1990, apenas alguns detalhes. Um acontecimento que vivi bem por dentro. Talvez um dia conte.

Aldeias inseguras

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É significativo que um tema - a situação do programa Aldeia Segura - que aprofundei há pouco mais de um ano (JN, 15/06/2022, aqui e aqui ) tenha readquirido hoje uma enorme actualidade.  

Argentina: campanha pela democracia

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Fixemos bem este nome: Javier Milei. Acaba de “surpreender” o mundo mediático ao posicionar-se, com 30,14% dos votos alcançados nas eleições primárias abertas de ontem, como perigoso potencial vencedor das eleições presidenciais argentinas de outubro e até a imprensa insuspeita de progressismo não o poupa aos rótulos de “ultraliberal” e “ultradireitista”.  Admirador confesso de Donald Trump, incluindo quanto à liberalização do uso de armas, Milei, proposto por um partido que se designa A Liberdade Avança, define-se com preocupante facilidade quando contesta os direitos sociais o “disparate que diz que onde há uma necessidade há um direito, mas esquece-se que esse direito tem de ser pago”. Os resultados mostram que o terreno está difícil para a esquerda e as forças progressistas, mas tem razão o Presidente cessante, Alberto Fernández, quando diz que “começa agora a verdadeira campanha a favor da democracia e dos direitos das pessoas”. (A foto, com a devida vénia, é de Anibal Gre

Um partido do caraças!

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Um partido - o Partido Comunista Português - que, com seis deputados, apresenta 248 iniciativa numa sessão legislativa, é um partido do caraças! Pronto, está dito. Só falta dizer que está tudo no Avante! de hoje.

Transportes na AMP: uma causa do PCP

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O PCP sempre em defesa do direito das populações à mobilidade e aos transportes públicos assegurados por operadores públicos: Empresa Metropolitana de Transportes - a consolidação de uma mau caminho O Conselho Metropolitano do Porto aprovou, na semana passada, a criação de uma “Empresa Metropolitana de Transportes” que, além de reflectir um Conselho Metropolitano perdido em esquemas e “equilíbrios” de poder, é peça de um caminho que visa a entrega a privados da operação rodoviária de transportes, sem o reforço da operação e com a degradação do serviço onde se admite, por exemplo, que o operador privado não cumpra 30% dos horários sem qualquer penalização. A empresa agora criada integrará a TIP (empresa gestora do tarifário Andante), sendo anunciado vagamente que assegurará a gestão, sem que tenha sido tornado público que actividades concretas desenvolverá, muito menos se se destina a coordenar as operações (redes, horários, articulação intermodal dos meios, etc.) em função das necessid