BRICS Plus e uma nova ordem multipolar
O reforço da organização multilateral BRICS (acrónimo de
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), com o alargamento, no próximo
ano, ao Irão, à Arábia Saudita, aos emirados Árabes Unidos, à Argentina ao
Egipto e à Etiópia, anunciado hoje em Joanesburgo, no final da sua 15.ª
Cimeira, constitui uma notícia de enorme significado para uma nova ordem
verdadeiramente multipolar.
Se os actuais cinco BRICS somam já 42% da população mundial
e quase 25% do PIB, constituindo um bloco de comércio e cooperação que escapa
às esferas de influência e controlo dos Estados Unidos da América e da União
Europeia, o reforço previsto para já (à data desta cimeira, havia 23 pedidos de
adesão e 40 outros anunciaram as suas intenções no mesmo sentido) confirma uma
marcha singular do multilateralismo de novo tipo – mais cooperante, menos
desinteressado, mais solidário, não obstante diferenças expressivas de
orientação política interna, algumas contradições e até antagonismos.
Não serão, contudo, tempos fáceis, com a expectável contraofensiva
por conta da “ordem mundial” a que fizeram juras eternas Washington e Bruxelas
e da qual o aparelho mediático dominante não deixará de ser instrumento.