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A mostrar mensagens de novembro, 2020

O XXI Congresso do PCP no cardápio da instrumentalização dos media

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  As últimas semanas, os últimos dias e as últimas horas comprovam que a pandemia de covid-19 se confirma como um apetecível pretexto para atacar a realização do XXI Congresso do Partido Comunista Português, e, com ela, o próprio PCP, tal como sucedera com a Festa do Avante! Parece ser normal no território do combate político e ideológico: desde sempre este partido e o que o seu projecto e as suas propostas representam estão na mira da direita. Mas já não parece normal nem aceitável que os media e que o campo jornalístico em especial convirjam na estratégia desse ataque, tanto no argumentário como nas estratégias narrativas, sobretudo naquelas que procuram sustentar a tese segundo a qual, embora juridicamente legítima e organizada segundo irrepreensíveis práticas de segurança, a reunião magna não deveria realizar-se por uma questão de (i)                   exemplo para os cidadãos sujeitos a severas restrições aos seus movimentos e (ii)                 demonstração de que o P

Repórter-patrulheiro à covid-19

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  As televisões, incluindo a RTP-Serviço Público de Televisão, criaram uma nova categoria especializada no jornalismo – a de repórter-patrulheiro à covid-19. Ei-los a patrulhar as ruas das cidades mal batem as 13 ou as 23 horas do recolher obrigatório, à cata de um cidadão mais recalcitrante, avesso às normas e ameaçando mesmo a segurança nacional. Ei-los a acompanhar as polícias, de microfone em riste e câmaras apontadas às papeladas justificativas deslocações a horas ilícitas. Ei-los neste sábado, mal passada da barreira sanitária das 13 horas, a “acompanhar” a fiscalização policial do regresso dos automobilistas a casa, uns de trabalhar, outros de fazer compras ou de tratar assuntos das suas vidas. Ei-los a velar, com zelo extremo, pelo cumprimento da lei e a admoestar os retardatários, como vi e ouvi a uma repórter-patrulheira interpelar com severidade um senhor condutor, perguntando-lhe se “não devia ter tomado horas para estar em casa às 13”, por mais que ele lhe explicas

XXI Congresso do PCP: a percepção do que está realmente em causa

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  Derrotada em toda a linha, no plano jurídico, a pulsão proibicionista verbalizada com preconceito e ódio pela direita, mesmo por senhores deputados que deveriam conhecer o Regime do Estado de Sítio ou de Emergência [1] , e ávida e acriticamente apropriada pelos media , recupera-se por aí em força o argumento da “percepção”, que o próprio Presidente da República pôs a correr nos últimos dias no espaço público. Esta espécie de recurso de estilo na retórica política de que lança mão Marcelo Rebelo de Sousa e o resto da direita (e muita gente que se diz de esquerda) contra a realização, no próximo fim-de-semana, deve-se em muito a desconhecimento e impreparação para discutir temas desta importância. Mas também resulta essencialmente da percepção, agora sem aspas, corrente sobre os congressos partidários, para muitos tidos como acontecimentos frívolos que tanto podem realizar-se hoje, como daqui a quatro ou cinco meses ou simplesmente serem remetidos para as calendas gregas (por falar

América Latina em retoma do ciclo progressista

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A mesa da sessão (foto gentilmente cedida pelo professor Henrique Borges ) O Conselho Português para a Paz e a Cooperação (CPPC) realizou, na passada quarta-feira, 18, mais uma sessão de solidariedade com  os povos da América Latina, na qual participei, com a presidente do CPPC, Ilda Figueiredo, e Sandra Tavares, jurista e professora universitária. As palavras que disse estão a seguir.  I - Saudação Começo por agradecer o convite para participar em mais esta iniciativa do Conselho Português para a Paz e a Cooperação – a única organização a manter na ordem do dia a situação na América Latina. Aliás, seria útil reflectir sobre as razões pelas quais esse imenso território, tão rico, tão complexo, mas onde estão em movimento importantes transformações, está em geral fora da agenda mediática portuguesa… Ou sobre o duplo critério “jornalístico” Venezuela vs. Colômbia. Ou o silenciamento em geral sobre o que acontece em múltiplos países, mesmo onde há importantes comunidades portuguesas (Arge

Quando o Presidente da República inspira a ofensiva contra um congresso partidário

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  XXI Congresso tem vindo a ser preparado em largas centenas de reuniões com todos os cuidados (Foto: PCP)  Como era de prever, está já em marcha a ofensiva contra a realização do XXI Congresso do Partido Comunista, agora a pretexto das regras em vigor no novo estado de emergência decretado pelo Presidente da República, com Marcelo Rebelo de Sousa a lançar gasolina para a fogueira. Em declarações, hoje, aos jornalistas , que o teriam questionado sobre tão candente matéria, Marcelo entendeu alongar-se muito para além do que se espera de um Chefe de Estado que pretenda ser pertinente na chamada de atenção quanto ao cumprimento de regras constantes do Decreto n.º8/2020, de 8 de Novembro . As declarações que faz e a forma como repisa no suposto dever de exemplo, a pretexto do recolher obrigatório (23 horas), fazem resvalar Marcelo para a demagogia a que nos habituou, condicionam a percepção que os cidadãos terão sobre os alegados riscos que o Congresso representa para a saúde pública e

XXI Congresso do PCP, a ofensiva que se segue

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Recapitulemos: A Assembleia da República não poderia comemorar o 25 de Abril; os trabalhadores não poderiam celebrar o 1.º de Maio; e o PCP jamais poderia fazer a Festa do "Avante!". Não espanta nada que esteja já em marcha uma nova ofensiva, agora contra a realização do XXI Congresso do PCP.

João Ferreira, a única oportunidade de convergência consequente

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Decorreu, na tarde de hoje, no Forum da Maia, em boa ordem e observando escrupulosamente todas as regras de segurança sanitária, um magnífico comício do candidato João Ferreira a Presidente da República. Foi mais uma jornada que comprovou o crescimento dos apoios de diversos quadrantes políticos e de personalidades de distintas actividades profissionais e campos de intervenção social e cívica. Tive a oportunidade de dizer as palavras que se seguem. Uma grande e fraterna saudação a todas e a todos que vieram participar nesta magnífica jornada, apesar das condições adversas em que decorre esta primeira ronda de iniciativas. Aqui estamos, com força, determinação e coragem, para darmos as boas-vindas e oferecermos o nosso empenho na campanha da candidatura de João Ferreira a Presidente da República. Aqui estamos, num dos mais importantes municípios do distrito do Porto, um concelho governado há quatro décadas por sucessivas maiorias de direita, cujas políticas de envernizado êxito no

O que esperar realmente de Joe Biden?

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  A esta hora, já não há dúvidas de que o senador democrata e ex-vice-presidente dos Estados Unidos da América Joseph (Joe) R. Biden Jr. já tem assegurados mãos do que os 270 grandes eleitores que vão compor o colégio eleitoral que, no estranho sistema eleitoral norte-americano, vai dizer a última palavra sobre a eleição do próximo presidente dos EUA. Descansem as alminhas mais receosas que foram na cantiga do Presidente cessante e o mais boçal e primário chefe de Estado que alguma vez se sentou na Casa Branca: não, Joe Biden não é um perigoso esquerdista que se prepara para implantar o Socialismo nos Estados Unidos. Tirem também o sentido os que, dizendo-se de esquerda, supõem que, com Biden – o conservador que os barões e o aparelho do Partido Democrata tão zelosamente impuseram como escolha nas primárias – algo de essencial mudará na Administração norte-americana. Mudará sem dúvida o estilo bacoco, aflitivamente inculto e burro, belicoso e fanfarrão, a retórica xenófoba e supr

Exposição Centenário Mário Sacramento

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Agenda: Exposição Centenário Mário Sacramento. Abertura, 5 Novembro, 17h, Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto