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A mostrar mensagens de novembro, 2021

A variante ómicron e a face do capitalismo

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Foto: WHO/Blink Media - Hannah Reys Morales A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para o elevado risco de propagação global da variante ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, responsável pela pandemia de covid-19, pedindo aos países que estejam preparados para as consequências, embora reconheça as “incertezas consideráveis” quanto ao grau de transmissibilidade da nova estirpe. Por muito que a OMS e muitos peritos se esforcem em pedir tranquilidade às populações – é necessário evitar o alarmismo – e em procurar mobilizar a atenção e os esforços das autoridades sanitárias, é evidente que a catadupa de notícias sobre a elevada mutação da nova variante e o “alastramento” de casos pelo Mundo gera justificada preocupação. A própria OMS admite que futuras novas vagas de covid-19 poderão ter consequências graves, ao mesmo tempo que assegura que, “apesar das incertezas, é razoável supor que as vacinas disponíveis oferecem certa protecção contra a doença grave e a morte”. Por outras pal

Agenda | Sessão pública evoca Fuga de Caxias há 60 anos

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O Partido Comunista Português (PCP) promove, no próximo dia 4 de Dezembro, pelas 16 horas, na Casa do Alentejo, uma sessão pública destinada a assinalar os 60 anos da Fuga de Caxias, uma das mais audaciosas e espectaculares evasões coletivas, envolvendo oito dirigentes e destacados militantes comunistas das masmorras do fascismo. Realizada no âmbito das comemorações do Centenário do PCP, a sessão conta com a presença de Domingos Abrantes, um dos participantes na fuga, a 4 de Dezembro de 1961, com Francisco Miguel, José Magro e Guilherme Costa Carvalho, do Comité Central, e os militantes destacados António Gervásio, Ilídio Esteves, António Tereso e Rolando Verdial.  A acompanhar a iniciativa, que também conta a actuação do Coro Lopes Graça, estará patente ao público, no pátio neo-árabe da Casa do Alentejo, uma exposição com descrição detalhada dos momentos da evasão, que foi minuciosamente preparada, tendo sido usado o carro blindado da PIDE ao serviço de Salazar, com o qual investiram

Cenas da campanha promocional da CNN Portugal

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A CNN Portugal estreou ontem à noite, com muito frenesim, excitação,  glamour  forçado e ares de novidade - que o é, de algum modo, sobretudo no que tange à mistura entre os "estilos" CNN e TVI, sem que se perceba para já se dali vai sair algo de verdadeiramente inovador, criativo, imaginativo, rigoroso e de qualidade.  Não assisti ao lançamento/abertura oficial, pelas 21 horas, por estava na rua em deslocação para um compromisso. Por bizarra coincidência, cruzei-me com propaganda ao chegoso, perdão, à CNN, numa paragem de autocarro. Algum marqueteiro explica a coisa que a foto mostra?

Do "Diário da Manhã" há 76 anos: subsídios para a história da batalha ideológica

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Há 76 anos, a 16 de Novembro de 1945, publicava o Diário da Manhã - Órgão da União Nacional - um expressivo suplemento suplemento de propaganda contra "as oposições", destilando, da primeira à última linha, um ódio visceral contra qualquer ideia de insubmissão ou revolta.  Era o "Ano XX da Revolução Nacional", como orgulhosamente assinalava, nesse ano, o órgão de imprensa fascista, e a Europa estava já praticamente liberta do terror nazi-fascista, mas as fileiras do fascismo cerravam-se contra o "inimigo" comunista em Portugal e Espanha e jornais como o  Diário da Manhã cumpriam fervorosamente a sua missão de propaganda, de incansável arauto da ideologia e de culto do chefe. Entre as diversas citações panegíricas em louvor de Salazar e visando construir uma narrativa que em nada condizia com a realidade de miséria, atraso e repressão, anote-se esta, do papa Pio XII: "O Senhor deu à Nação Portuguesa um Chefe de Governo que tem sabido conauistar não só

“Expresso”, liberdade para manipular

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O slogan promocional que encima, à esquerda, o saco-contentor do semanário Expresso e é o mote do formato televisivo da mesma campanha que o Grupo Impresa – “Expresso Liberdade para pensar.” – dá muito que pensar, sobretudo quando olhamos o rol de chamadas de primeira página. Na edição de hoje, a manchete volta à carga com a narrativa do “afundamento” eleitoral do Partido Comunista Português (PCP) e com a teoria do castigo infligido pelo eleitorado da CDU, por um lado, ao mesmo tempo que alimenta uma pretensa relação entre estes dois presumíveis “factos” e a subida do Chega!. “Crise política favorece Chega e prejudica PCP”, titula o jornal, apresentando os resultados de uma sondagem Expresso -SIC como fotografia do “impacto instantâneo da crise política” aparentemente espoletada pelo voto do PCP contra a proposta de Lei do Orçamento do Estado. Na página 12, o título insiste na mesma tese do castigo à coligação unitária e do alegado benefício que dele extrairá a extrema-direit

Obrigatório ler "Deliberada... mente"

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O semanário "Avante!" publica quinzenalmente uma importante coluna de análise do comportamento dos media em relação ao Partido Comunista Português (PCP), intitulada "Deliberada... mente", que deveria ser lida com merecida atenção pelos jornalistas, em particular pelos que desempenham funções de direcção e de chefia. Os menos disponíveis para escutar/ler o que ali se lê, para não dizer os mais preconceituosos, alegarão seguramente que o órgão central do PCP argui em causa própria e pouco ou nenhum crédito lhe concederão. Talvez seja até uma atitude "defensiva" natural... Mas a verdade é que a abundância de exemplos e a forma escorreita com que a coluna os expõe e contextualiza deixam escassa margem para essa desculpa. Será mais honesto prestar-lhe a devida atenção - evidentemente crítica - do que ignorá-la ou hostilizá-la.

A sombra negra de Franco (*)

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De repente, uma notícia estival despertou do torpor e abandono de décadas a sepultura n.º 48 do cemitério municipal de Catabois, concelho de Ferrol, na cintura norte corunhesa. Até à “dica” da sua existência largada por um historiador, o jazigo de granito escuro da família Franco Bahamonde pasmava, encardido, na maior indiferença. Se os restos mortais do ditador Francisco Franco forem exumados do Vale dos Caídos, irão mesmo para ali? É provável que não. Mas o certo é que a sombra negra do caudilho de Espanha paira ainda sobre o sofrido rincão galego. D á-se o caso de o Governo espanhol ter decidido remover os restos mortais de Franco da basílica do Vale dos Caídos, monumento faraónico erigido sob a orientação pessoal do Generalíssimo para glorificação dos vencedores da guerra civil de Espanha (1936-39), na vertente da Serra de Guadalajara nos domínios do Mosteiro do Escorial. A polémica instalou-se e promete querela dura. Os descendentes do caudilho, cuja memória ensombra com cente

Em Ferrol, um símbolo da classe operária galega

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No final de Agosto de 2018, enviado à Galiza para uma reportagem sobre os resquícios do franquismo e a memória da resistência antifranquista/antifascista, tive o privilégio de ser conduzido, em Ferrol, pelo historiador Enrique Barrera e pelo ilustrador Fernando Ocampo, numa visita aos principais pontos da sangrenta repressão desencadeada com o golpe nacionalista de 17 de julho de 1936, com uma sucessão de fuzilamentos e perseguições. No pequeno caderno de notas e nas minhas recordações mais impressivas que guardo dessa reportagem, retive em particular o entusiasmo dos dois dirigentes da Associação Memória Histórica Democrática de Ferrol quando me levaram diante do monumento às vítimas da repressão sobre o movimento operário de 10 de Março de 1972, um dos momentos altos da resistência ao franquismo/fascismo que duraria até 1976. Ferrol, aliás cidade natal do ditador, prepara-se para assinalar, no próximo ano, o cinquentenário do 10 de Março, estando diversas organizações de preserva

Da construção da utilidade do voto

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"Inútil", disse o Doutor Rangel do voto no PS, numa entrevista concedida ontem à SIC. Calculo que nos próximos tempos comentadores encartados dedicarão uma parte do alvoroçado labor das suas delicadas meninges a glosar o novo conceito, elaborado por antonímia com o vulgar "voto útil". Aguardaremos os contorcionismos semânticos e a ginástica argumentativa nas opinativas cabeças que enxameiam os media. Mas podemos ficar já com a certeza de que manterão a devota fixação na utilidade do voto, analisada na única perspectiva de sempre: a de que o voto só é útil quando endossado a uma ou a outra das duas formações alternantes, isto é, ora PS, ora PSD, e vice-versa.  Trata-se, na verdade, de uma obsessão pela estabilidade, da qual a alternância e a delimitação do "arco do poder" (em parte rompida com a solução de 2015...) são instrumentos vitais, estabilidade essa muito cara ao chamado "mundo empresarial".  Ainda ontem, precisamente, o Cons

Dissolução do Parlamento, um desígnio comum de Marcelo e Costa

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Marcelo Rebelo de Sousa recebeu hoje o respaldo do Conselho de Estado de que necessitava formalmente para dissolver a Assembleia da República sem que qualquer fundamento constitucional o justifique. Tem um desígnio, mais do que um capricho. António Costa teve oportunidade de negociar um Orçamento de Estado decente e poderia ter evitado cair na ratoeira de Marcelo Rebelo de Sousa, se quisesse. Se quisesse, poderia ter afirmado desde o primeiro instante a sua determinação em apresentar uma nova proposta de Lei de Orçamento. Não quis. Também ele tem um desígnio. Por conseguinte, só falta saber a data destinada ao juízo que os eleitores vão formular sobre os desígnios de um e do outro – ou o desígnio de ambos ditados por interesses que nenhum confessa. É verdade que há riscos nesse julgamento popular e que as ameaças avolumam-se. Mas também há esperança de que o povo dê força a quem a merece. (A foto é do sítio oficial da Presidência)

PCP Ao teu lado todos os dias

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Uma das campanhas de esclarecimento do Partido Comunista Português mais bem conseguidas é a muito justamente intitulada “PCP Ao teu lado todos os dias”, remetendo para a importância da presença permanente desta força e dos seus militantes na vida – e sempre ao lado - dos portugueses, dos trabalhadores e do povo. Dirigida às respostas do PCP para os problemas do país, como o aumento geral dos salários, o aumento do salário mínimo nacional para 850 euros, o aumento extraordinário de todas as reformas, a valorização do subsídio de desemprego, a defesa do Serviço Nacional de Saúde, creches gratuitas para todas as crianças com a criação de uma rede pública, desagravamento dos impostos e a estabilização no arrendamento e controlo dos preços das rendas para garantir o direito à habitação, a campanha denuncia que “na hora de decidir é à direita que o PS dá a mão”. Em meia dúzia de exemplos, apontam-se propostas muito concretas do PCP que “o PS, com o apoio da direita, rejeitou, a saber: