Dissolução do Parlamento, um desígnio comum de Marcelo e Costa
Marcelo Rebelo de Sousa recebeu hoje o respaldo do Conselho de Estado de que necessitava formalmente para dissolver a Assembleia da República sem que qualquer fundamento constitucional o justifique. Tem um desígnio, mais do que um capricho.
António Costa teve oportunidade
de negociar um Orçamento de Estado decente e poderia ter evitado cair na
ratoeira de Marcelo Rebelo de Sousa, se quisesse. Se quisesse, poderia ter
afirmado desde o primeiro instante a sua determinação em apresentar uma nova
proposta de Lei de Orçamento. Não quis. Também ele tem um desígnio.
Por conseguinte, só falta saber a data destinada ao
juízo que os eleitores vão formular sobre os desígnios de um e do outro – ou o
desígnio de ambos ditados por interesses que nenhum confessa. É verdade que há
riscos nesse julgamento popular e que as ameaças avolumam-se. Mas também há
esperança de que o povo dê força a quem a merece.
(A foto é do sítio oficial da Presidência)