Notas de campanha (18)
1. Que
fazer com este Douro? Despoluir, ordenar, gerir. Temas de interessante e produtiva
conversa, na manhã de hoje, na Foz do Douro, com o biólogo Adriano Bordalo e Sá,
docente e investigador do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS)
que há largos anos se dedica ao estudo e divulgação dos problemas do estuário –
da poluição (os esgotos continuam por tratar adequadamente) aos efeitos dos
molhes na foz do rio, das consequências das barragens na drástica redução do
transporte de sedimentos para a costa, passando por mutações na fauna aquática
e pela incompreensível sobreposição de competências de múltiplas entidades com
jurisdição no rio.
(Na foto, obtida
na página da CDU – Distrito do Porto, com Bordalo e Sá e Diana Ferreira,
primeira candidata da CDU no distrito do Porto.)
2. “Que
recepção tão grande!” Com um sorriso largo, a jovem operária saúda a brigada da
CDU. “São os do costume; só nós é que vimos ter com os trabalhadores”, responde
Filipe Pereira, dirigente sindical e um dos candidatos que integra a brigada de
contacto com trabalhadores no portão de uma fábrica em Valongo. Ela replica: “E
os trabalhadores merecem!”. Os militantes do PCP nas organizações sindicais
conhecem bem o mundo real do trabalho e as lutas por melhores condições. “Votar
na CDU no dia 30 é dar continuidade às revindicações dos trabalhadores aprovadas
nos plenários”, vai dizendo Miguel Pinto, também sindicalista e candidato comunista,
aos trabalhadores que saem e aos que entram na mudança de turno. “Por melhores salários,
por redução de horários”, vinca Diana Ferreira. “Obrigada por terem vindo!”, agradece
uma operária.
3. A
estação ferroviária de Ermesinde fervilha de gente que chega e de gente que
parte, está a tarde a cair, gente apressada, que recebe a propaganda com
agradecimento na boca e abala. Mas há também quem se demore, a querer saber
mais, a ir mais fundo. Um reformado observa-nos com atenção a certa distância.
Nisto, aproxima-se. “Por que é que vocês votaram contra o Orçamento?” Nada
melhor do que uma deputada do PCP para responder-lhe. “Esse orçamento não ia
resolver problema nenhum”, esclarece Diana Ferreira, revisitando os problemas que
o PS, na ânsia de provocar eleições antecipadas, deixou sem respostas . E ele: “Segundo
sei, era um dos melhores orçamentos”. Diana retoma os esclarecimentos. “Olhe
que eu vi-o”, assinala. “Pois… Eu realmente não conheço…”
4. A acção
de contacto com a população e comerciantes no centro de Ermesinde termina em
alegre arruada. Mais uma vez, a CDU é recebida com simpatia e há boa aceitação
da propaganda. Numa esplanada, três senhoras estão a uma mesa. Uma delas
rejeita com veemência escusada e um
gesto brusco o documento que lhe oferecia. “Ah, eu quero deste!”, antecipa-se
uma segunda, estendendo a mão. A terceira, um pouco tímida, secundou-lhe a
atitude, em silêncio. Há sempre tempo para receber a informação e o
esclarecimento. Daqui até domingo, “todos ao contacto!”, como costuma pedir a
Diana.