Notas de campanha (12)

  

1. O ódio visceral que a direita tem a tudo quanto é público (menos as parcerias público-privadas e outras tetas do “sistema”, não é?!), a demagogia indecorosa e as reais intenções para empresas como a TAP (leve-se à insolvência!, proclama) vai fazendo carreira. Rui Rio tem dado o exemplo – e ontem, no “debate com todos” na RTP, voltou a fazê-lo – da enorme diferença de preços (ordem das centenas) entre um bilhete de avião para S. Francisco, nos Estados Unidos, ora com partida em Madrid, ora a partir de Lisboa. Ainda estou à espera de que alguém lhe pergunte quanto custava no tempo do governo PSD/CDS.     

2. Contacto com trabalhadores à entrada de várias empresas industriais na Maia. Os tempos de pandemia tornam-nos mais breves (é muito difícil conversar com essa espécie de açaime sanitário que nos tapa a boca e o nariz), mas a simpatia com que muitos trabalhadores nos recebem é muito reconfortante. “Claro que aceito, obrigado!”; “Obrigado por virem!”; “Dia 30, lá estamos, a ver se isto muda!”  

3. Contacto com moradores em empreendimentos de habitação municipal e de urbanizações. A chegada da brigada carregada de propaganda espevita as atenções e autoriza a arriscar um pouco a cabeça fora das janelas (são muito escassas e deveras apressadas as pessoas no exterior, procurando escapulir ao bicharoco que por aí anda). “É por causa dos votos… Hã!?... Eu lá vou, assim as pernas me permitam”, ouve-se. “Ora claro que me pode dar o folheto; a gente tem de saber”, ouve-se de outra mulher.    

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