Notas de campanha (13)

 

1. Acção, em Matosinhos, de solidariedade com os trabalhadores da indústria conserveira de peixe, em greve pela negociação imediata do Contrato Colectivo de Trabalho, pela manutenção de todos os direitos, por aumentos salariais dignos. “Uns míseros cinco euros não é nada comparado com o que eles lucram”, sintetiza uma delegada sindical, intervindo perante os trabalhadores concentrados frente à sede da Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe. Em 2020, o sector produziu 72 mil toneladas de conservas, mais onze mil do que em 2019, gerando 365 milhões de euros de lucro, mais 40 milhões do que em 2019. “Patrão, escuta, os conserveiros estão em luta!”, exorta a palavra de ordem repetida em coro pelos manifestantes. “A vossa luta é a nossa luta!”, apoiou Diana Ferreira (foto). “Na pandemia, os vocês foram considerados imprescindíveis, mas são também imprescindíveis hoje, serão imprescindíveis amanhã e serão imprescindíveis no futuro”, acrescentou a deputada e primeira candidata da CDU no distrito do Porto à Assembleia da República. Em 2020, ano pleno da crise pandémica e da necessidade de reforço da garantia de abastecimento, a procura de conservas nacionais aumentou em 16% e o valor das vendas subiu em 20%. Os salários não. O patronato recusa negociar o contrato coletivo e aumentos de salários, a não ser mediante a aceitação do banco de horas (ou seja, com a vida pessoal e familiar toda desorganizada e o próprio descanso prejudicado), em troca de um aumento de cinco euros.

2. “Eles querem que eu venha trabalhar no sábado, mas eu não venho!” À porta de uma empresa na Maia, o protesto multiplica-se. “Primeiro, quando quiseram, mandaram-nos para casa, e agora chamam-nos para trabalhar ao sábado!”. “Isso não está no contrato colectivo, que chamem primeiro os que estão em lay-off!”. Desabafos de quem luta e de quem procura a unidade. Uma operária aponta: “Se houvesse aqui dentro gente com mais tomates…” E o grupo desfia razões e queixas. “Há aqui uns que se gabam de terem tido aumentos sem precisarem de lutar, porque nós lutamos por eles.” Diana Ferreira vai dizendo “É preciso continuar a lutar e já sabem que contam connosco, com o PCP e a CDU, por melhores salários, jornada de 35 horas…” O desdobrável com as propostas e os candidatos da CDU vai passando para as mãos dos trabalhadores que entram e que saem na mudança de turno. No dia 30, é preciso levar a luta ao voto!  

3. Noutra empresa, onde a tradição de luta está mais consolidada, outra entrega de documentos a trabalhadores. Posso oferecer-lhe? “Pode sim senhor, que é o meu partido”, ouve-se. Há aqui ânimo. “Vamos a isto!” Porque é preciso levar a luta ao voto. “Sempre! E hoje mais do que nunca!”

4. Contacto com a população e comerciantes na Maia. Num correr de lojas bonitas e atraentes, a brigada da CDU é recebida com simpatia, recebendo o documento da CDU. Multiplicam-se os cumprimentos e os votos de “boa sorte”. A sorte ajuda, mas os votos fazem falta… “Claro, e hão-de merecê-los.” Nas ruas, a disponibilidade e a simpatia repetem-se. Uma senhora de cabelos brancos faz renuncia por momentos à escolha de fruta numa banca no exterior do pomar e espera que cheguemos e lhe ofereçamos a propaganda. Há, porém, que transformar a simpatia em votos.   

5. Ao serão, sessão pública, na Cooperativa do Povo Portuense, com trabalhadores da cultura e artes do espectáculo sobre o Estatuto dos Profissionais (Trabalhadores!) da Cultura. Apesar da propaganda da ministra da Cultura, o estatuto não resolveu problemas centrais como a precariedade laboral e a intermitência da prestação de trabalho. “A precariedade é mantida, normalizada e, nalguns casos, aprofundada”, acentuou a deputada e segunda candidata da CDU no distrito do Porto, Ana Mesquita.  >

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