Notas de campanha (15)

1. Contacto com a população da Maia e Matosinhos e com feirantes na Feira de Santana. No corre-corre para as compras e a atenção ao horário dos autocarros, uma senhora rejeita a propaganda da CDU e avança, passo estugado. Adiante, estaca, volta-se a observa-nos. Instantes depois, caminha na nossa direcção com a mão livre estendida, a colher o desdobrável. Quer saber por que razões não lhe aumentaram a reforma como deviam. O Governo só não aumentou neste mês como devia porque não quis. "Agora estou esclarecida, sei em quem votar." Um homem brinca: "Então não há umas canetas?!" Que não, mas temos propostas para melhorar a vida das pessoas. Ele põe um ar mais sério. "Vocês fizeram muito bem em votar contra aquele orçamento. Mantenham assim, firmes!" O assunto das eleições antecipadas volta à baila mais do que uma vez. Ana Mesquita, deputada do PCP e segunda candidata da CDU pelo Porto (na foto), esclarece que "O PS queria mesmo" provocá-las. À frente, atrás de uma banca de roupas variadas, um jovem atira: "Não vale a pena virem oferecer-nos nada já que são contra os ciganos!" Mas logo outro o repreende: "Então não vês que é o Partido Comunista?!" 

2. Contacto com trabalhadores do Município da Maia junto da cantina dos funcionários. Se aceitam a nossa propaganda - "claro que sim!", ouve-se; "por que não?!" Há quem interpele sobre a urgência de aumentos salariais. "Uma boa razão para votar na CDU", observa Ana Mesquita. Dois trabalhadores dos Serviços Municipalizados de Electridade, Água e Saneamento (SMEAS) comentam a qualidade do serviço da cantina e a vantagem de aqueles serviços se manterem na esfera do Município, "caso raro, e parece que único no distrito". Sim, é o que o PCP e a CDU têm defendido, aqui e por todo o país, apondo-se às concessões e privatizações.

3. Contacto com trabalhadores à saída de fábricas na Maia. Boa aceitação geral dos nossos documentos. "Para ler em casa quando estiver a descansar!" Levam nos rostos o cansaço vincado de uma semana inteira de trabalho, jornada de oito pesadas horas diárias. Eis as propostas do PCP e da CDU: aumentar os salários, reduzir os horários para as 35 horas, garantir as reformas aos 40 anos de descontos... "Ah! é da CDU - é o meu partido", aceitam. "Obrigada por virem!" Uma trabalhadora rejeita com maus modos - "não quero!" e junta-se, passos à frente, a duas colegas. Uma delas: "Então não aceitaste?! Olha que este é o que nos defende."

4. Sessão pública em Gondomar, com sala cheia (dentro das limitações sanitárias...) e a voz e a guitarra de Jorge Lomba a "aquecer  os pulmões" dos participantes, em tempo de combate firme. "Não nos pode sobressaltar qual dúvida ou incerteza no nosso trabalho" de informação, esclarecimento e consciencialização, pediu a candidata Olinda Moura, Porque uma certeza temos: a CDU "é a força comprometida com a melhoria das condições de vida e de trabalhos dos trabalhadores e do povo", como salientou a primeira candidata, Diana Ferreira. Todos ao trabalho e à luta!              

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