Notas de campanha (1)

1. Posso oferecer-lhe? "Claro que sim!" A jovem operária sorriu e tomou nas duas mãos o documento de campanha que lhe oferecíamos. É uma entre muitos trabalhadores à saída de uma fábrica em Matosinhos. Uns mais contidos do que outros na exibição da sua satisfação pela presença de candidatos e activistas da CDU. Sabem que o PCP é a única força que está em contacto constante com quem trabalha - nas épocas de eleições e fora delas.

2. A propósito: no debate de ontem, na TVI, entre Jerónimo de Sousa e o secretário-geral do PS, António Costa mencionou várias vezes os patrões (as empresas). Nem uma vez se referiu aos trabalhadores.

3. Contacto com moradores de bairros sociais. Num deles, visitámos duas habitações com graves problemas de infiltrações de água e uma delas já com severas expressões de insalubridade e pobreza. O inquilino, desempregado, soma problemas com as contas de água, cortada à espera que salde uma dívida de mais de 600 euros. É tão pobre que a elementar informação sobre os seus direitos não lhe chega.

4. Está pronto o novo documento regional da candidatura da CDU no círculo eleitoral do Porto, mostrando os rostos dos 45 candidatos que se comprometem com um manifesto em defesa dos trabalhadores e do povo. É com muito orgulho que estou entre eles.

5. Em falando de compromissos concretos, dá que matutar nas duas principais narrativas que vão fazendo carreira no espaço público: uma, a de que o que está em causa é a escolha entre António Costa e Rui Rio para primeiro-ministro; a outra, a de que apenas resta decidir o terceiro lugar entre o BE e o Chega. A primeira, como sabemos, é uma falácia: o que o povo vai escolher não é u primeiro-ministro, mas 230 deputados, verificando-se, depois, quem tem condições para formar governo. A segunda visa promover ou o BE ou o Chega.

Mensagens populares deste blogue

Jornalismo: 43 anos e depois

O serviço público de televisão e a destruição da barragem de Kakhovka: mais rigor, s.f.f.

O caso Rubiales/Jenni Hermoso: Era simples, não é?