Notas de pré-campanha (34)

1. A Meteorologia anuncia um dia com temperaturas simpáticas, mas em Penafiel sopra um vento agreste nesta manhã. É o adversário que os participantes na tribuna pública da CDU sobre a Saúde enfrentam. Nada de desistir! Na Praça do Município, juntam-se curiosos e interessados no tema. Os testemunhos e as intervenções sucedem-se, denunciando os problemas nos hospitais e nos centros de saúde no interior do distrito. Há freguesias, nomeadamente de Paços de Ferreira, cujos moradores consomem onze horas para se deslocarem a uma consulta ao Hospital Padre Américo, em Penafiel, e voltarem para casa. O hospital está subdimensionado, há doentes enviados para hospitais privados, ao mesmo tempo que o Hospital de Amarante continua subaproveitado e onde nem sequer uma pequena cirurgia – um simples dedo partido – pode ser feita, e que não dispõe mesmo de capacidade laboratorial para uma simples análise. O PCP e a CDU denunciam os problemas do Serviço Nacional de Saúde, mas não alinham no coro da teoria do caos nem na campanha que visa o seu desmantelamento. Pelo contrário, temos propostas.

2. O PCP e a CDU também denunciam os problemas da Educação, mas que ninguém conte connosco para acabar com a Escola Pública. Isso mesmo reafirmámos num interessante debate – de mais de três horas – no Sindicato dos Professores do Norte, renovando o compromisso de tudo fazer para melhorar as condições dos professores – a começar pela reposição integral do tempo de serviço. O PS bem pode desculpar-se com a conversa segundo a qual “o Orçamento não estica”, mas a verdade é que estica, estica, e estica muito! É uma questão de opções políticas. Não estica para investir na Educação, mas estica, e muito, para dar 1 600 milhões de borlas fiscais ao grande patronato; estica, e muito, para dar oito mil milhões de euros ao negócio privado da doença; esticou, e esticou muitíssimo, quando se tratou de meter na banca 20 mil milhões de euros.

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