Notas de pré campanha (23) - 07.FEV.

1. Acção de contacto com trabalhadores do NorteShopping, na Senhora da Hora, Matosinhos. Temas obrigatórios para as conversas: valorização dos salários, redução dos horários de trabalho, regulação do trabalho nocturnos e por turnos... "Sim é preciso, porque fazemos três turnos", reage uma trabalhadora numa loja. "Bem gostava que isto tivesse regras, é pesado." Noutra, uma colega pergunta em voz baixa e olhando em redor: "Acredita que isto vai fechar aos domingos e feriados?" Acredito, e tanto acredito que é isso que o PCP e a CDU têm proposto. "Mas será possível?" Se é possível na Bélgica, ou em Espanha, por exemplo, por que não pode ser aqui? Não gostaria de passar os domingos com a família? "Estes grupos têm muita força...", murmura. Mas se  CDU tiver mais votos e mais deputados terá também mais força para fazer passar as suas propostas para que a articulação do trabalho com a vida familiar seja uma prioridade.

2. Contacto e almoço com trabalhadores na cantina do Carvalhido da Câmara Municipal do Porto. A delegação da CDU, que integra também a vereadora Ilda Figueiredo e o deputado municipal Rui Sá, é recebida com simpatia e reconhecimento pelo trabalho dos seus eleitos, na autarquia como na Assembleia da República, em defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores, incluindo os da administração local. "Sabemos bem quem nos defende", ouvimos de muitos. E sabem também que continuarão a contar sempre com o PCP e com a CDU. 

3. No acesso ao parque de estacionamento da EFACEC na Arroteia, Matosinhos, dos automóveis que vão descendo para a entrada emergem mãos na direcção dos panfletos. Estamos em plena hora de mudança de turnos. Há sorrisos, cumprimentos - "Então, outra vez por aqui?!". Sabem bem que o PCP está permanentemente junto dos trabalhadores. E que acompanha e conhece bem a situação na empresa. Olhadela rápida ao documento - "Vou ler mais logo" - e disponibilidade imediata para troca de impressões sobre o futuro da empresa, que temos defendido como estratégica para a indústria e para a economia da região e do país. "Sim, sei bem com quem contamos." Diminui agora o fluxo das entradas, saem agora outros, as colunas de carros parecem lagartas mecanizadas, levam dentro operários de olhos cansados. As conversas são instantâneas, tempo breve para dar e receber o panfleto, palavras rápidas - aumentar os salários, reduzir os horários de trabalho, regular o trabalho por turnos; do lado de dentro vozes exaustas agradecendo. Do portão sobe lentamente o acesso uma jovem apeada, observando a brigada, registando imagens com o telemóvel. Aproxima-se, uma camarada trá-la junto de mim e do João Oliveira. Tem uma fala pausada, voz baixa mas firme, e uma lista de perguntas cujo conteúdo e cuja lógica revelam estudo e preparação, que vai debitando cada uma na sua vez, sem ceder à tentação de expressar concordância ou discordância: sobre o que achamos da gestão/nacionalização pelo Estado até há poucos meses (que não foi propriamente gestão/controlo público da empresa); por que é que a gestão pública é melhor do que a privada (que uma coisa é a consideração da EFACEC como empresa estratégica no quadro da política industrial e económica e outra visando apenas o lucro); qual é a nossa opinião sobre o IRS e uma taxa única, etc. - e depois agradeceu e anunciou que iria descer para trabalhar, com o mesmíssimo tom, a mesma serenidade.       

4. A "caminhada" da CDU pelas ruas de Gondomar entre o Parque Urbano e o Largo do Souto anima o fim de tarde com a alegria dos camaradas e amigos que que nela participam, bandeiras ao vento e a "sonora" a marcar o ritmo. A entrada nos estabelecimentos tem de ser breve, conversa rápida, deixando o documento e a mensagem adequada. Nesta loja, que é preciso aumentar os salários e as reformas, porque é bom para a dona. A senhora ri com gosto: "Sim, se consegue com isso trazer mais clientes..." Ora, pois, cá ficam as nossas propostas: a decisão no dia 10 de Março é com a senhora. Noutra, por exemplo, um trabalhador mostra concordância quando lhe falamos do direito a 25 dias úteis de férias. "Já tenho!" Então é nossa testemunha: pode dizer aos seus amigos que, como o PCP e a CDU propõem, sim é possível. Ao lado, uma trabalhadora ainda mais jovem avança: "Não, não é o grupo que dá; esta no nosso contrato colectivo!" Ora aí está: ser sindicalizada é melhor para defender os interesses dos trabalhadores; por isso defendemos a valorização da negociação colectiva! Ela remira o panfleto. "E estão certos!" - e remata com um sorriso generoso e cúmplice. Sabe com quem conta.    

5. À noite, a sala na Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto enche-se para a última iniciativa do dia - um debate sobre Justiça. Uma oportunidade para colocar em evidência problemas como a desjudicialização e a privatização da Justiça, as custas judiciais e outros restrições, as insuficiências do apoio judiciário, as condições dos vários grupos profissionais do sector e as condições do sistema prisional e da reinserção social dos reclusos. Muito produtiva, muito útil e muito gratificante. Há propostas sólidas do PCP e da CDU - não de encomenda para as eleições de 10 de Março, mas em coerência com o seu percurso. 

Nota: À excepção do contacto com trabalhadores da CMP, as acções e iniciativas do dia contaram com a participação do meu camarada João Oliveira, primeiro candidato da CDU às eleições para o Parlamento Europeu.  

 

Mais informações na página da CDU - Distrito do Porto

  

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