Notas de pré-campanha (33)

1. Manhã com estruturas representativas de trabalhadores da Cultura. Mais uma oportunidade para troca de impressões sobre os problemas do sector e a urgência de medidas como as que o PCP e a CDU defendem. Por exemplo, a alocação de 1% do Orçamento do Estado e, a prazo, do Produto Interno Bruto à Cultura, a instituição de um serviço público de cultura, incluindo a gestão pública de entidades privadas, como as fundações da Casa da Música e de Serralves, que dependam maioritariamente de financiamento público, o combate efectivo à precariedade e colocação das estruturas ao serviço da promoção da criação e da fruição culturais.
2. Acção de contacto e distribuição de propaganda junto de comerciantes e população em Matosinhos. Numa paragem de autocarro, uma jovem declina amabilidade o panfleto com os 12 pontos do compromisso da candidatura da CDU no círculo do Porto. “Como estudo para ser contabilista, vou votar noutro liberal”, justifica. É um ponto de partida para a conversa, medida a media proposta pela CDU, duas lançadas por nós, duas colocadas por ela… Salários e pensões (é justo aumentar? “É, claro!”) Serviço Nacional de Saúde (é o Estado que deve garantir para todos? “Sim…”), por aí fora. Veja bem as propostas, que não são de agora, têm sido apresentadas e chumbadas, ora pelo PS sozinho, ora por PSD, CH e IL, juntos ou à vez: se encontrar alguma com a qual não concorda, não vota na CDU. Ela ri. “Combinado.” Numa esplanada, duas senhoras invectivam, à aproximação da brigada da CDU: “São todos iguais, fecharam a Petrogal e ninguém fez nada!” Vamos lá. Então sabe qual foi o partido que contestou e contesta o encerramento da refinaria em Leça da Palmeira? Foi o PCP. Quem alertou para a importação de combustíveis e inúmeros produtos químicos que ali produzidos? Foi o PCP? Quem defende a recuperação da capacidade produtiva? É a CDU. “Ah!, não sabia…” Olhe, está aí neste panfleto. “Vou ler, sim senhor, obrigada!”
3. “Não quero nada disso, são todos iguais!” O homem recusa a oferta do documento da CDU com um gesto brusco. Estamos agora em Águas Santas, na Maia. Então em que é que somos iguais aos outros? Ando aqui à rasca e não tenho como tratar os dentes. Compreende-se a revolta. Mas, veja o que nos distingue: a CDU defende médicos dentistas – e outras especialidades – nos centros de saúde, para que as pessoas possam a consultas e fazer os seus tratamentos. Que outros partidos também propõem? Ele estaca, surpreendido. E quem é que propôs o aumento dos salários e das reformas, enquanto os outros chumbaram? Ora veja as propostas que fazemos e que outros as apresentam. Ele aceita o panfleto e despede-se com amabilidade sincera. Num café, um cliente incentiva: “Continuem a trabalhar, que bem precisamos de vocês!”
4. Na televisão, a RTP anuncia, com a exuberância de quem promove um espectáculo, o “confronto” e “debate decisivo” entre os líderes do PS e do PSD. Quando faltam quase três semanas para as eleições – essas sim decisivas – é pelo menos muita e dispensável presunção o uso do qualificativo.
Mais informações na página da CDU - Distrito do Porto

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