Pode uma entrevista ser feita por amigo?

Problema prático de jornalismo, e não só...
A entrevista concedida, domingo, pelo ex-presidente do FMI Dominique Strauss-Kahn (DSK) ao canal francês TF1 colocou um problema prático de jornalismo muito interessante: pode um jornalista entrevistar um amigo?
O facto de a pivô do serviço noticioso que fez a entrevista, Claire Chazal ser amiga - pelo menos da mulher de DSK, segundo uns; do casal, segundo outros - está a lançar um curioso debate nos media franceses sobre o risco de a proximidade, ou a intimidade, entre entrevistador e entrevistado gerar um conflito de interesses.
Um dos aspectos a reter desse debate é a alegação, nomeadamente pelo sociólogo dos media Jean-Marie Charon, de que num órgão de informação anglo-saxónico esse risco seria previamente analisado e evitado.
Note-se que a entrevista, a primeira a uma televisão depois da eclosão do afair DSK, durante a qual o ex-"patrão" do FMI parece visar a redenção mediática ("... puso la cara del hombre inocente y perseguido al romper um silencio de cuatro meses", Miguel Mora, "El País", 19/09/2011) foi noticiada pela generalidade dos media de todo o Mundo como tendo sido conduzida por Fulana de Tal, amiga de. À guisa de declaração de interesses feita por terceiros...    
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