O fim da taluda meritocrática escolar

O ministro da Educação bem pode esfalfar-se a explicar que, no lamentável episódio dos cheques-prémio para os melhores alunos das escolas secundárias, houve "um problema de comunicação", pois, argumenta, já no dia 13 de Setembro o ME tinha comunicado às escolas que, afinal, a taluda meritocrática instituída pela penúltima ministra não seria entregue.
Mesmo admitindo que algumas escolas se desleixaram e não comunicaram atempadamente (?!) a abolição do cobiçado galardão de 500 euros que deveria ser entregue depois de amanhã, sempre se há-de concordar que mais semana menos semana de aviso não contam para um campeonato que - salvo erro - o presidente da associação de directores de escolas explicou esta manhã (ouvi-o na Antena 2), de forma muito simples e directa, ser o das expectativas dos alunos (legitimamente constituídas há muito) no referido prémio e da credibilidade das instituições.
Dito de outro modo: quaisquer que sejam as razões da desistência do ofertante - e já lá irei - simplesmente não é bonito, é aliás muito feio, dizer que afinal não se dá o rebuçado prometido. Mostra que os homens políticos dão afinal pouco ou nenhum valor à palavra dada - e, quer concorde quer não concorde, para a entrega deste ano, a palavra já estava dada.
E quanto às razões de desistência do ofertante: não tenho dúvida de que um tal prémio suscita pelo menos muitas dúvidas, valendo pouco a minha opinião de que ele simplesmente não faz sentido, mas teria sido bom que o ministro tivesse explicado melhor as suas razões. E, simplesmente, não o fez. 
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