Leituras e posições sobre o WikiLeaks
Há dias, fiz aqui uma leitura (despretensiosa, juro) de alguns pormenores que despertaram o meu interesse na "espreitadela" que o "Público" foi dar à cave secreta do "El País", onde uma elite de jornalistas ungidos se afadiga na interpretação sigilosa dos telegramas diplomáticos que o WikiLeaks anda a despejar.
Tão sigilosa e tão estranha que, sem prejuízo de muitas e mais diversas leituras que certamente existem, me suscitou uma apreensão quanto a um elemento fundamental que dela releva: a erosão na camaradagem na Redacção do jornal, que resulta, não apenas de um excesso de reserva e de cautela, mas sobretudo de uma absoluta e grotesca descofiança e de um doentio secretismo que o texto de algum modo denuncia.
Estava longe de imaginar que tal leitura, nem como a hipótese que ali coloco de que "essa cave de rumores tenha escavado um bom pedaço a camaradagem entre os jornalistas", representaria uma tomada de "posição" em leitura "diametralmente aposta" à do Prof. Azeredo Lopes.