Capitulação sindical

Confesso que ainda estou em estado de choque. Segundo leio nos noticiários em linha, a UGT terá dado (o condicional é meu, na esperança de que a notícia seja falsa) o "acordo de princípio" às novas tenebrosas medidas contra os trabalhadores aprovadas hoje pelo Governo.
Estou em estado de choque porque esperava, não um acordo de princípio, mas uma rejeição de princípio; uma clara rejeição de um esbulho, não uma capitulação sindical.
Replicando um take da Agência Lusa, a generalidade dos meios de informação em linha noticia que o primeiro-ministro, aliás de partida para prestar contas à Europa do seu feito, "considerou que Portugal transmitiu ao exterior um “importante sinal” de concertação social ao haver acordo de princípio com a UGT e com as confederações patronais em torno das medidas de reforço da competitividade económica".
A notícia precisa que José Sócrates falava ladeado pelos representantes das associações patronais e pelo secretário-geral da UGT e que as medidas "apenas não mereceram o acordo da CGTP-IN".
Com o orgulho de pertencer à Direcção do que julgo ser a primeira organização sindical a repudiar as medidas, ainda o conclave da concertação instantânea estava reunido, posso dizer que a CGTP está certa e que a UGT está errada.
O problema é que a prova de tudo isto será demasiado pesada para os trabalhadores. Porque os patrões e o Governo não jogam a feijões. Jogam com a vida das pessoas.
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