No próximo 25 de Abril, lá estaremos, Gonçalo Nuno!

As notícias da morte chegam sempre brutais. Ultimamente sem vozes emocionadas. Basta um SMS (aparentemente) seco: morreu Fulano. Chegou-me hoje mais uma: morreu o Gonçalo Nuno Faria. Trabalhou longos anos na RDP e colaborou com a TVGaliza e com o jornal galego "A Nossa Terra" (a Galiza era a sua paixão telúrica). Amava as palavras, as ideias, a discussão fraterna até à exaltação. E amava os amigos, a vida e a liberdade.
Não fomos propriamente íntimos nem amigos, mas estimava-o e acamaradamos em várias andanças. Quando a notícia me chegou hoje, revi com saudade o último abraço, na última festa do 25 de Abril. Parecia, como sempre, um menino sorrindo e abraçando camaradas e amigos deambulando entre a multidão que, todas as noites de 24, partilha o canto e a alegria na Avenida dos Aliados e dobra a meia-noite com o Coral de Letras a entoar a Grândola e a repetir que O Povo unido jamais será vencido!
Para o ano, lá estarei, Gonçalo Nuno, com um cravo vermelho fresco à espera do teu abraço para darmos vivas à liberdade!
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