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A mostrar mensagens de 2013

Remendos em má fazenda

O Governo bem pode remendar-se quantas vezes quiser - e já vai em nove remendos - mas não remedeia a má fazenda de que é feito.

O Sindicato dos Jornalistas e as mudanças na Direcção da RTP

O Sindicato dos Jornalistas esclareceu hoje que não se pronuncia, nem deve pronunciar-se, sobre matérias da competência dos conselhos de redacção, como é o caso das mudanças nas direcções dos órgãos de informação. O SJ demarca-se, assim, de comentários atribuídos a uma porta-voz dos sindicatos representativos dos trabalhadores na RTP sobre a demissão de Paulo Ferreira e a sua substituição por José Manuel Portugal. Ler aqui o comunicado . .

Forte de Peniche, uma prisão fascista na rota de Abril

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Agenda

Balanços do ano

Não simpatizo com os balanços do ano. Estão sempre a desculpar o ano seguinte. . .

Albino Aroso

Em viagem pelo país real, ouço a notícia da morte do Dr. Albino Aroso. Surpreende-me. Era uma pessoa que faz falta ao país. Portugal tem para com ele uma enorme dívida, pelos extraordinários progressos em planeamento familiar e em saúde materno-infantil. .

Onde estaria a notícia?

O Presidente da República não enviou ao Tribunal Constitucional a Lei do Orçamento do Estado para 2014, o que não é propriamente notícia. É muito claro que se esperava que não o fizesse. Já fazê-lo sucessivamente, como alguns alvitram, seria verdadeiramente notícia. Não só porque não se coaduna com a sua forma de gerir estas coisas, mas especialmente porque teria de extrair consequências do chumbo a que levaria o seu gesto. E essa boa notícia Cavaco Silva não quer dar. .  

Oiçam como ele fotografa!

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Esta soberba fotografia é do João Paulo Coutinho e mostra como é profunda a injustiça do desaproveitamento do seu enorme e discreto talento. E mais outras há, aqui , que a confirmam. .

Rebelião pelos cabazes

Bem me parecia que aquela rábula de marketing, da oferta de um cabaz de compras a um desempregado voluntarista, protagonizada por uma cadeia de supermercados cujo dono passa a vida a debitar opinião em entrevistas em rádios, televisões e jornais, haveria de ter outros episódios . Ficará por aqui, a rebelião pelos cabazes dos desempregados, dos precários e dos trabalhadores do Pingo Doce? .

E que tal um plano xz?

Atenção, senhores jornalistas, editorialistas, analistas, comentadores, e toda a sorte de pessoas que bota faladura nas rádios, nas televisões e nos púlpitos, nos jornais e nos blogues: arranjem, por favor, com toda a urgência, outras maneiras de sugerir a necessidade, de reclamar, de apontar, de enunciar alternativas . Mas, por favor, deixem de pedir "um plano B "!  A vida não é tão pobre como pensam nem o território da análise, do debate, da imaginação e da formulação de alternativas é tão deserto como crêem (ou como desejam?...).  .

E ainda não é desta...

O Tribunal Constitucional não permitiu hoje que o Governo leve por diante mais uma medida brutal da sua campanha contra os trabalhadores.  Como era de esperar, muito antes do anúncio da decisão , já o Governo e a tróica tinham posto a funcionar os seus megafones das ameaças. Como era de esperar, o Presidente da República não extrairá lições nem consequências desta decisão do TC que ele bem sabia que seria tomada. E não será desta que o Governo será demitido. .

Um bom aluno prepara-se sempre para o pior dos piores exames

Regularmente, o país submete-se ao vexame da avaliação da Tróica internacional. Exultantes, resumidos à infantilizadora condição de bons alunos, destacados membros do Governo vêm dar conta da nota recebida. Positiva!, proclamam, enquanto os funcionários do FMI, da CE e do BCE advertem com severa benevolência para os "riscos" de mais declarações de inconstitucionalidade, bem sabendo (isto está tudo previsto e sob controlo...) que o Governo, bem comportado, logo há-de valer-se de outras medidas "de elevada qualidade"...

Da unidade abreviada de Esquerda

Noticia-se um movimento com vista a um "esforço unitário" da esquerda designadamente para as próximas eleições europeias, a 14 de Maio próximo, se não erro. Um dos problemas destes, digamos, movimentos, é a noção apressada e abreviada do conceito de Esquerda, bem como a precipitada e forçada análise quanto às possibilidades das reais e consequentes possibilidades de uma verdadeira unidade de Esquerda.  Uma verdadeira e consequente unidade da Esquerda só será possível com um movimento de forças genuinamente disponíveis e empenhadamente dispostas para uma profunda transformação da sociedade, em termos sociais, políticos e económicos. E é aqui que bate o ponto. :

Profissão: desempregado intermitente

Encontrei um talentoso camarada de profissão empurrado para o desemprego pelo capricho do lucro da empresa. Fez-me um breve e amargo ponto de situação da situação de desempregado intermitente. Frequenta compulsivamente um curso de formação em empreendorismo, escolhido à sorte. Durante o período do curso, recebe os subsídio de formação da praxe e está dispensado de responder a anúncios de emprego e das apresentações periódicas na junta de freguesia.  Durante esse período, também não consta das estatísticas do desemprego. .  

Cunhal em 100 palavras

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A Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto (AJHLP) apresentou hoje uma obra singular. Cem autores, de distintas origens e ocupações, uns comunistas, alguém até antes pelo contrário, escreveram sobre uma palavra sobre Álvaro Cunhal. Portanto, 100 palavras sobre.  Sendo apenas um em 100 (aqui fica a declaração de interesses) com um modesto texto relativo à palavra panfleto , sinto-me menos inibido para recomendar "Cunhal/Cem anos/100 palavras" pelo valor extraordinário das restantes 99 entradas de outros tantos autores, assim como da ideia e da cuidada edição. É obra. .   

Dever mural

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Rua de S. João, Coimbra, Dezembro de 2013

Quatro tópicos sobre os serviços públicos de Media

O Grupo de Comunicação, Jornalismo e Espaço Público (Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra) e a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra realizaram, ontem e hoje, o II Congresso Internacional de Comunicação  Jornalismo e Espaço Público, dedicado ao tema "Os desafios dos media de Serviço Público" - um tema de capital importância para a vida democrática e de enorme actualidade. Por amável convite da Organização, coube-me uma intervenção no painel "O Serviço Público visto de dentro", na qual: chamei a atenção para o facto de, além do seu significado intrínseco, o ataque aos serviços públicos de agência noticiosa, de rádio e de televisão se enquadrar numa ofensiva ideológica mais ampla aos serviços públicos;   partilhei algumas reflexões sobre a chamada abundância comunicacional e a ilusão de um pluralismo que está longe de verificar-se (a propósito, defendi a criação de um observatório do pluralismo, com a contribuiç

Um criticável portrait à trois e o insondável mistério do espaço público

A cerimónia de homenagem a Nelson Mandela dispensaria diversões. Não falo do gesto - espontâneo? - de Obama, de cumprimentar o presidente cubano, Raúl Castro, que mereceria ser simbolicamente associado às exéquias desse homem maior que tanto nos ensinou sobre a ética da tolerância. Falo da frivolidade dos gestos do mesmo Obama, da primeira-ministra dinamarquesa e do primeiro-ministro britânico, assaz divertidos no portrait à trois . As imagens do mais que dispensável momento lúdico dos três dirigentes tornaram-se virais por várias razões. As mais fúteis, pelo picante da reacção (apreensiva?, frustrada?, zangada?) de Michele Obama; as mais indignadas, porque esperavam circunspecção, sobriedade e "respeito"; as mais objectivas, pela perplexidade da inesperada infantilidade de três dirigentes que não poderiam, em circunstância alguma, em momentos destes, fazer as figuras que fizeram. Mas o caso também serve para reflectir sobre os insondáveis mistérios do espaço público e

Obrigado Chalana!

José António Pinto - Chalana para os amigos - , técnico de serviço social na Junta de Freguesia de Campanhã, no Porto, recebe hoje a medalha e ouro comemorativa do 50.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem instituída pela Assembleia da República. Inédita, ou pelo menos muito rara atribuída a um técnico de uma autarquia local, a distinção conduz os olhares não apenas para a pessoa que transitoriamente se torna o objecto da atenção, mas também, e sobretudo, para a condição secular daqueles que justificam a generosa e militante atenção do Chalana. Obrigado, Chalana! .  

Cem palavras sobre Álvaro Cunhal

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Agenda .

Compromisso para a mudança

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Realizou-se hoje, em Lisboa, uma importante reunião - a Convenção Democrática Nacional - na qual participaram três centenas de cidadãos empenhados em resistir e em transformar. Infelizmente, não pude estar presenta, mas partilho o compromisso nela aprovado:       Uma nova política para Portugal COMPROMISSO PARA A MUDANÇA   Convergência na acção de todos os democratas e patriotas por um Portugal soberano, desenvolvido e de justiça social No Manifesto ao Povo Português aprovado na Conferência Nacional, realizada no passado mês de Fevereiro, pode ler-se: «Nós acreditamos em Portugal e nos portugueses que amam a sua pátria, nos portugueses que deram “novos mundos ao mundo”, nos portugueses que não abdicam de fazer a sua própria História e não admitem que outros a façam por eles. Nós continuamos a alimentar o sonho de um Portugal soberano e desenvolvido onde valha a pena viver. “Eles não sabem nem sonham que o sonho comanda a vida.” Mas nós acreditamos que quando um homem s

Que foz política para Rio?

Nos últimos dias, multiplicaram-se as notícias sobre os mais variados alvitres quanto ao futuro político de Rui Rio. Podem ser úteis para agitar as águas internas do seu partido, mas desaguariam em mau destino para o país. .  

Peões na arena?

A Comissão Parlamentar de Defesa aprovou por unanimidade uma longa lista de pessoas a ouvir com urgência sobre os Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Em princípio, fizeram bem, mesmo recuando a 2000. Só se ganha em ouvir o maior número possível de pessoas ligadas à gestão e aos processos de privatização e a assim chamada concessão. Resta desejar que sirvam mesmo para esclarecer e contribuir para parar de vez este atentado à economia nacional. Como peões de arena no que também se anuncia como ajuste de contas entre as maiorias parlamentares alternantes. .  

Álvaro Cunhal: exposição do centenário no Porto

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Agenda .

Tenhamos paciência e aguardemos

É sabido: o Presidente da República requereu ao Tribunal Constitucional (TC) a fiscalização preventiva do diploma relativo à pretendida "convergência" entre o regime de protecção social dos trabalhadores da Administração Pública e o chamado regime geral. As razões do Presidente da República estão sumariadas no habitual comunicado oficial , o qual, como habitualmente, creio, não esmiúça os fundamentos do pedido. Suponho que é assim, também habitualmente.  Na semana passada, o Governo fez saber que enviou ao TC a fundamentação da medida, dando campo - evidentemente! - a que a Agência Lusa (e muito bem!) perguntasse formalmente ao Governo que fundamentação era essa. Sucede que o Governo veio hoje escudar-se num pretenso pedido de sigilo por parte do TC, pois é "sua firme orientação não divulgar publicamente elementos de processos pendentes". Das duas, uma: ou o Governo faz, por exemplo, como os deputados que requerem a fiscalização sucessiva das normas legais

Reprovas de professores

Ainda que eu mal pergunte: alguém fará o obséquio de explicar-me para que raio servem as instituições de ensino superior que formam e certificam pessoas para serem professores se, depois do crivo científico, ainda é necessário uma prova administrativa de avaliação de conhecimentos? Agradecido. É que a prova mais parece uma reprova... .
A bancada parlamentar do Partido Comunista Português (PCP) vai requerer uma comissão de inquérito ao estranho caso dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Faz todo o sentido. Ninguém compreende como é que o Estado não pode dar um milhão de euros para comprar matéria-prima para pôr os estaleiros a funcionar, mas pode gastar 30 milhões em indemnizações e receber sete pela concessão. Nem se compreende como é que uma empresa com um elevado passivo ganha a "concessão" dos estaleiros. .

Amanhã, participar é preciso - todos à ponte e à Alcântara!

Dia 19 de Outubro, participar é preciso! A proposta de Orçamento do Estado para 2014 confirmou as piores notícias. Os trabalhadores em geral, mesmo doentes ou desempregados, vão continuar a pagar mais impostos e a sofrer o aumento do custo de vida. Os trabalhadores da Administração Pública e do sector empresarial do Estado, RTP e Lusa incluídas, vão sofrer os cortes salariais mais vastos de sempre – e que desta vez podem ser definitivos! No OE de 2014, a RTP e a Lusa continuam especialmente visadas por uma estratégia de asfixia financeira – a primeira agora sem indemnização compensatória; a segunda com uma dotação insuficiente.  Com mais um pacote de brutal austeridade, vai continuar a destruição da economia, a redução drástica do poder de compra de largas camadas da população e o empobrecimento de largos milhares de famílias. Também os jornalistas e outros trabalhadores da comunicação social – um sector muito dependente da economia real – vão continuar a sofrer (duplamente!

Já não há vergonha

A leitura da Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2014 e do respectivo Relatório é um exercício muito deprimente e angustiante. Na frieza objectiva das normas e das "fundamentações", confirma-se a crueldade das opções.  Este Governo e a maioria parlamentar que o suporta escolheram um caminho claro - o de sacrificar ainda mais os mesmos, incluindo os reformados e pensionistas, indiferentes à tragédia do sacrifício das suas esperanças, da sua sobrevivência e do futuro das suas famílias. Mais deprimente ainda é assistir ao cortejo de justificações e desculpas, entre a gaguez comprometida e a sobranceria idiota, em que se têm desdobrado alguns membros dessa pandilha que gere as nossas vidas sem qualquer legitimidade política. A mais irritante e a mais humilhantes de todas essas desculpas e justificações é a tão confortavelmente invocada "intransigência da troika" - ou do irrevogável protectorado - que, insatisfeita com a desonrosa capitulação, nos ma

A rifa dos caça-facturas

A proposta de Orçamento do Estado hoje apresentada é mais um violentíssimo ataque aos mesmos de sempre, representa mais e mais gravosa austeridade e vai fazer sofrer ainda mais as famílias. Se alguém achava que este Governo e a maioria que o suporta tinham uma gota de credibilidade, ficou esclarecido: não têm. Mas se alguém achava que ao menos uma aparência de seriedade haveria por ali, desiluda-se: a ideia da criação de um prémio a sortear pelos caçadores de facturas, espécie de bufos fiscais é inenarrável. Está visto que esta gente não tem emenda. Só há um remédio: fora com eles! .  

Interessante

Há um ano, não faltaram imagens, multiplicadas até à náusea, incluindo nos meios de informação em linha, de uma certa bandeira desastradamente hasteada de pernas para o ar. Hoje, também na cerimónia comemorativa do 5 de Outubro, na varanda da Câmara Municipal de Lisboa, a bandeira foi hasteada a preceito e foi tocado o Hino Nacional. Consta, porém, que completamente - ou quase, pronto... - "abafado" por gritos de manifestantes, que repetiam a invectiva "Demissão!" . O curioso é não haver imagens - pelo menos que eu tenha visto (confesso, não pude ver televisão, mas consultei os meios em linha)... .  

Vai uma aposta?

A entrevista que o assim chamado independente Rui Moreira dá hoje ao "Jornal de Notícias" conduz a uma conclusão, entre outras: a tróica nacional vai alargar-se ao Porto. Como diria o meu amigo Manuel, até posso apostar singelo contra dobrado... .

De que riem eles?

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Das patranhas e mentiras com que nos desgovernam? De irrevogável desgraça para que nos empurram? (A foto, com a devida vénia, é de Gerardo Santos e foi publicada no sítio do JN em linha) .

O desespero

O cidadão Aníbal Cavaco Silva poderá chamar-nos masoquistas, ou outra coisa qualquer, porque não acreditamos em nenhuma das patranhas que o Governo e a maioria parlamentar que o Presidente da República mantém artificialmente. Mas o Presidente da República não deve proferir as palavras que proferiu hoje na Suécia, pois comprometeu a aparência de independência que deve manter. O desespero justifica tudo?  .

RTP: e se os ouvissem?

O Governo e a Administração planeiam o desmantelamento da RTP e dos Serviços Públicos de Rádio e de Televisão que a empresa presta. Os trabalhadores voltaram hoje exigir serem ouvidos . Será desta? .  

Quando o clube é "a 100 à hora"...

... não pode parar uns minutinhos a pensar nos disparates que vai fazer ? .

Breves notas de rescaldo das eleições autárquicas

No rescaldo das eleições autárquicas, há dois dados fundamentais que não podem passar em claro: Primeiro - O importante reforço eleitoral da CDU, não apenas em número de maiorias em câmaras municipais, mas também em número de eleitos em câmaras e assembleias municipais e assembleias de freguesia. E não só no Alentejo "vermelho" e na região de Lisboa, pois também no Norte, e em particular no Grande Porto, esse reforço se verifica. Segundo - O entusiasmo, já delirante, especialmente entre comentadores, analistas, editorialistas e dirigentes partidários mal resolvidos, com vitórias das pretensas candidaturas independentes encerra um risco muito preocupante, incluindo para o futuro próximo. A moda anti-partidária que apadrinha os ressabiados com disputas internas de partidos e as soluções de recorte ideológico indisfarçável mas dissimuladas em listas de independentes é muito menos saudável para a Democracia do que querem fazer crer. .

Feudo??!!!

Oh camaradas!, "Feudo" ?!!! Como é que, em 2013, 37 anos depois da instauração do Poder Local Democrático, jornalistas se referem a municípios conquistados democraticamente como "feudos"??!!! .

SJ exige apuramento de responsabilidades em incidente com Manso Preto

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) quer ver apuradas todas as responsabilidades no incidente ocorrido ontem, dia 27, em Vila Praia de Âncora, em que o jornalista Manso Preto foi atingido por uma viatura da Câmara Municipal de Caminha, quando fazia uma reportagem sobre a montagem de equipamentos para uma iniciativa partidária por funcionários da autarquia. Ler mais aqui . .

SJ saúda acção inspectiva aos media

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) saudou hoje a acção inspectiva levada a cabo pela Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) junto de vários órgãos de comunicação social, mas lamenta que a mesma tenha sido prejudicada pelo recurso a estratégias de ocultação e dissimulação de provas de infracções graves por parte das empresas. .

Da paz social e do respeitinho

(...) Art. 5.º  Os indivíduos e os organismos corporativos por êles constituídos são obrigados a exercer a sua actividade com espírito de paz social e subordinando-se ao princípio de que a função da justiça pertence exclusivamente ao Estado. (...) Art. 9.º  É acto punível a suspensão ou perturbação das actividades económicas: (...) 2.º  Pelos técnicos, empregados ou operários, com o fim de conseguir novas condições de trabalho ou quaisquer outros benefícios ou ainda de resistir a medidas de ordem superior conformes com as disposições legais. do Estatuto do Trabalho Nacional, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 23 048, de 23 de Setembro de 1933 . Passam hoje 80 anos. Para que a memória não se apague. Nesse mesmo dia, foram publicados os diplomas que regulam a organização corporativa do Estado assente especialmente nos grémios patronais ( DL n.º 23 049 ), nos sindicatos nacionais ( DL n.º 23 050 ) e no Instituto Nacional do Trabalho e Previdência ( DL n.º 23 053 ), além de

As pressões sobre o Tribunal Constitucional têm autoria

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É o capital financeiro puro e duro. Pedro Passos Coelho e o seu governo são o rosto político; António Mexia e uma certa estirpe de gestores, empresários e economistas com acesso aos media são o rosto "empresarial". Veja-se, por exemplo, a entrevista publicada hoje no "Dinheiro Vivo". Um exemplo muito claro de pressão sobre o Tribunal Constitucional. .

Impertinência, ameaça e riscos: atenção ao futuro da RTP na Madeira

São conhecidas impertinência, as diatribes e a má-criação do presidente do Governo Regional da Madeira contra os jornalistas. Talvez haja quem as relativize, assobie para o lado e faça de conta de que as coisas que o dr. Alberto João diz não têm importância. Mas é preciso levar a sério ameaças como a que fez ontem. Se o governo central lhe entregar poderes sobre a RTP-Madeira, não tenhamos dúvidas de que não hesitará em saneamentos e perseguições.  Quem avisa , amigo é. .

Uma pergunta

Por que razões, nas notícias, nunca - ou raramente... - se apresenta, com as devidas ligações político-partidárias, os economistas cujas opiniões sobre a situação do país e as medidas políticas e económicas? .

"Hipocrisia institucional"

A frieza e a indiferença com que os funcionários da tróica internacional estão a impor o programa de empobrecimento dos portugueses e de agressão à economia e à soberania portuguesa é tão gritante que nem o PSD, pela voz que suponho autorizada do seu vice-presidente Marco António Costa, esconde o incómodo perante a "hipocrisia institucional" do FMI. Mas não nos iludamos. Que o Governo e a maioria que o suporta não vão deixar de cumprir os ditames do FMI, do BE e da Comissão Europeia, é assunto para não ter dúvidas. .

Mas há uma lei destas?...

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O "Público" lançou hoje (suponho) um inquérito em linha com uma estranha, inesperada e inexplicável pergunta: "A lei sobre a cobertura jornalística deve ser alterada?". E que tal se fossem verificar primeiro se há mesmo uma tal "lei sobre a cobertura jornalística" e não um simples artigo, um artigozinho, (o 49.º) da Lei Orgânica n.º 1/2001, de 14 de Agosto, em cujo n.º 1 se lê que "os órgãos de comunicação social que façam a cobertura da campanha eleitoral devem dar um tratamento não discriminatório às diversas candidaturas"? .    

Obscenidades

As agências, os jornais em linha, as rádios, as televisões abriram noticiários ou interromperam o alinhamento programado dos noticiários para anunciar a renovação do contrato de um jogador de futebol, que passa a ganhar 17 milhões de euros por ano. Por mais "genial" que o jogador seja, e por mais milhões que a indústria do futebol de alta competição movimente, a quantia é obscena. .

Quando o desemprego desmente

É oficial, o desemprego agrava-se. Segundo o Instituto do Emprego e Formação Profissional , no final de Agosto, entre os 879.113 pedidos de emprego, havia 695.065 inscritos nos centros de emprego, mais 21.644 (3,2%) do que no mês homólogo do ano passado, e o desemprego de longa duração registou um aumento anual de 23,6%. Bem me parecia que as notícias da retoma eram um bocadinho exageradas... .

SJ contra asfixia da RTP e destruição do Serviço Público

O Sindicato dos Jornalistas acaba de divulgar um apelo ao Conselho Económico e Social, aos deputados na Assembleia da República e aos cidadãos: é necessário garantir o financiamento, pelo Estado, dos Serviços Públicos de Rádio e de Televisão e assegurar a viabilidade da empresa concessionária destes serviços - a Rádio e Televisão de Portugal. Em comunicado, o SJ considera que as propostas relativas à RTP constantes no anteprojecto de Grandes Opções do Plano (GOP) para 2014, apresentado pelo Governo ao Conselho Económico e Social, confirmam que o Executivo mantém em curso um plano de desmantelamento da empresa. O documento encontra-se aqui .

As televisões e as autárquicas: Direito a informar, dever de informar e direito dos cidadãos à informação

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) manifestou hoje profunda preocupação com a anunciada decisão das direcções de informação de operadores de televisão - e especialmente da RTP - de não assegurar a cobertura da campanha eleitoral autárquica. O que está em causa é o direito dos cidadãos à informação, a qualidade da Democracia e a credibilidade dos próprios meios de informação, considera o SJ em comunicado .

Péssimo sinal de Vilnius

Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 28 países-membros da União Europeia terão garantido hoje em Vilnius, na Lituânia, o apoio a "uma resposta forte" ao alegado ataque com armas químicas das Forças Armadas sírias, que a Organização das Nações Unidas ainda está a investigar. Esta fuga da UE para a frente representa um péssimo sinal que é necessário contrariar com toda a força. .

Só porque sim?...

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Uma versão no "Público", por exemplo Uma versão em "The Guardian", outro exemplo Anda grande discussão por causa desta fotografia do senhor Fraçois Hollande, com um sorriso patético estampado presidencial rosto, como se fosse coisa sacrílega. Vai-se a ver - basta escrever o nome de S. Ex.ª num qualquer motor de busca - e abundam fotos tão ou mais, digamos, patética, do que esta e não consta que alguma delas tenha levantado tamanha celeuma. Eis um exemplo: No sítio da TF1 Vai-se a ver - e novamente basta folhear os jornais e revistas ou introduzir o nome de uma qualquer personagem da vida pública - e logo brota uma torrente infindável de imagens - patéticas, ridículas, comprometedoras, chatas, etc. - pespegadas nas suas páginas, por desatenção e descuido dos editores ou devidas a mais ou menos discutíveis critérios editoriais (lá tinha de ser...).  Sendo certo que, especialmente no que diz respeito aos homens e às mulheres investidos de cargos

Limitação de mandatos e problemas de coerência

O Tribunal Constitucional pronunciou-se, em sede de recurso do primeiro caso que lhe chegou, sobre o magno problema das candidaturas de presidentes de câmara cessantes de pelo menos três mandatos consecutivos a novo mandato noutro município. Por agora, conhece-se apenas o comunicado , não o acórdão, cujo conteúdo se espera interessante e servir para reflexão dos partidos que não quiseram, tendo podido, esclarecer em tempo útil o que pretendiam afinal impedir com tão atamancada lei  e corrigir o diploma a tempo de servir as eleições do próximo dia 29. Compreende-se o regozijo da força partidária - o PCP - que, tendo votado contra esta lei apresentou várias candidaturas de risco. Mas já não se pode aceitar o embandeirar em arco do PSD nem o formalismo serôdio do PS nos comentários à deliberação do TC. O caso mostra colmo é difícil ser coerente...

SJ exige financiamento dos Serviços Públicos de Rádio e Televisão

O Sindicato dos Jornalistas apelou ontem, 2 de Setembro, ao ministro Poiares Maduro para que faça inscrever no Orçamento do Estado de 2014 a indemnização compensatória devida à empresa Rádio e Televisão de Portugal (RTP) em cumprimento da lei do financiamento dos Serviços Públicos de Rádio e Televisão, segundo anunciou hoje em comunicado .

A quem pertencem as armas químicas na Síria?

Será assim tão descabida a, digamos, hipótese de as armas químicas que os Estados Unidos acusam as Forças Armadas Sírias de terem usado contra civis serem afinal, de grupos rebeldes, como revelou uma jornalista freelance habitual da agência norte-americana Associated Press (AP), mas, em exclusivo, através da agência Mint Press News ? Note-se: a notícia é do dia 29 de Agosto, parece não ter tido eco na grande imprensa internacional - nem portuguesa. Mas a edição de hoje do "i", também em versão em linha , e do diário espanhol "ABC", pelo menos na versão electrónica , dão conta dela. .    

Se tinham dúvidas

Obama adoptou sem reservas o discurso e a prática belicista da Casa Branca. Sem o suporte das Nações Unidas, sem qualquer legitimidade, contra o coro de protestos que cresce e se alarga, mesmo eventualmente sem o apoio do próprio Congresso dos Estados Unidos, anuncia que tomou a decisão de desencadear o ataque militar contra a Síria. Em nome dos interesses dos EUA, disse ele. O resto nada conta. .

"Do outro lado"??!!

Recomendação aos organizadores da chamada "universidade de Verão" do PSD, ou da JSD ou lá o que é: na próxima edição, façam o favor de inscrever o dr. Pedro Passos Coelho como aluno e de incluir no programa uma prelecção - por alguém que saiba uns rudimentos de organização política do Estado e de Direito Constitucional - sobre a Constituição da República, a separação de poderes num Estado de Direito Democrático, as funções e concretos limites do Governo e as atribuições e competências do Tribunal Constitucional. Uma versão minimalista também serve, desde que ensine a S. Exa. que o Tribunal Constitucional não é "uma entidade do outro lado", como hoje o dr. Coelho afirmou na sua prelecção,aliás douta, de encerramento da dita "universidade". Nota : Esta dica é oferecida de borla aos ditos organizadores, não devendo IVA ao Estado nem acarretando qualquer espécie de custo ou encargo, para poupar S. Exa. da dor de cabeça da dívida pública. .

Só há um remédio

O discurso de encerramento do seminário de formação de jovens quadros do PSD terminou com mais um ataque do primeiro-ministro e do seu Governo à Constituição. Como se a Constituição fosse o mal de tudo. Só há um remédio: ou a maioria parlamentar consegue mudar a Constituição no Parlamento, ou há mudança de maioria no Parlamento. Como são o Governo e a maioria parlamentar quem está mal, só temos mesmo de mudar de maioria. Ponto. .  

O mau perder da Maioria

O Tribunal Constitucional pronunciou-se hoje pela inconstitucionalidade da lei da chamada requalificação na Administração Pública. O PSD reagiu discordando e considerando um contratempo na sua obsessiva ofensiva do Governo e da Maioria parlamentar para despedir sem justa causa milhares e milhares de trabalhadores e na ofensiva ainda mais ampla contra a Constituição. Um mau perder da Maioria. .  

Luther King, Obama e a Síria

Declaração prévia de interesses: Martin Luther King é um herói irrevogável da minha adolescência e da minha juventude; faz parte do quadro de referências de valores éticos e de ideais justos que ajudaram a moldá-las.  Isto dito, Assinala-se hoje o 50.º aniversário do célebre discurso do pastor protestante e líder da emancipação dos negros norte-americanos, proferido, a 28 de Agosto de 1963, na decisiva marcha de Washington pelos direitos cívicos.  Se olharmos bem para as imagens desse comício, e em especial para a moldura que enquadra King, lá encontraremos uma dimensão mais ampla da segregação racial de então que, hoje, em larga medida, se perpetua na sociedade norte-americana. O famoso discurso - "Eu tive um sonho", em tradução livre - foi proferido numa altura muito complexa e decisiva da emancipação dos povos colonizados, com uns Estados Unidos colocados na encruzilhada histórica das suas próprias origens, de antiga colónia britânica, de potência mundial

Inversão do ónus do voto

O PSD considerou hoje "mau perder" da oposição o necessário e exigível pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade da lei que impõe aos trabalhadores da Função Pública. Mau ganhar tem o PSD. .

As potências e a Síria: atacar primeiro, apurar depois

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas insistiu hoje que a missão de inspecção da ONU ainda não tem resultados que confirmem as imputações de uso de armas químicas pelas Forças Armadas da Síria.  Mas os Estados Unidos e a Grã-Bretanha afirmam ter já "provas credíveis" para justificar a agressão internacional a um país soberano.  A pressa em atacar justifica tudo, até a falta de memória. E o Iraque ali tão perto... .

Síria, como o Iraque: no essencial, estão de acordo

A "comunidade internacional" do costume assumiu ao longo do dia de hoje uma escalada verbal justificativa da agressão internacional que os potentados militares-industriais do planeta preparam contra a Síria. O democrata Obama, que a imprensa dominante insiste em apresentar como "de esquerda", e o "socialista" Hollande lá rebuscam "provas" e enunciam justificações da punição que preparam à revelia da ONU. Infelizmente, já vimos este filme muitas vezes e com demasiadas vítimas. No essencial, a rapaziada alternante na Casa Branca, no Eliseu e outros palácios está toda de acordo. .    

Quando a crueza dos números desmente os discursos

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Não é por ser do contra, mas bem me parecia que as notícias da retoma eram um bocadinho exageradas. Assim como dou razão a todas as críticas ao bizarro discurso do líder do PSD no serão algarvio anual, quase anunciando um futuro imediato de leite e mel.  Sem ter sido encomendado, suponho, pela oposição, o Boletim Estatístico do Banco de Portugal (fica aqui a ligação electrónica , para que bebam directamente da fonte, sem a minha incompetente mediação), revela hoje, com inteira objectividade e clareza, que a dívida pública correspondia, no final de Junho, a 131,4% do Produto Interno Bruto (PIB).  E para que não restem dúvidas sobre a crueldade das estatísticas nem sobre o seu significado, permito-me "picar" do sítio do "Expresso" em linha um significativo gráfico que ilustra muito bem como "a coisa" tem vindo a piorar. Ei-lo: .    

Grátis total, jornalismo fatal

El periodismo vive tiempos convulsos. Una de las cuestiones que se debate es el acceso gratuito a los contenidos en la red. Es importante estudiar las posiciones adoptadas por diferentes sectores sociales, los intereses en torno a ellas y - lo más importante - sus consecuencias en los contenidos. Por  Pascual Serrano . .  

Quando as notícias podem ser um bocadinho exageradas...

Tendo em conta que o Produto Interno Bruto (PIB) registou, no segundo trimestre deste ano, uma quebra de 2%, relativamente ao período homólogo do ano passado, não serão um bocadinho exageradas as notícias da retoma, só porque o PIB cresceu 1,1% em relação ao primeiro trimestre deste ano? Ver o boletim do INE aqui . .

No limiar da constitucionalidade

É manifesto que o Governo continua a desafiar os limites da Constituição ou pelo menos a legislar no perigoso e muito desconfortável - para os cidadãos - limiar da constitucionalidade, perseguindo objectivos muito evidentes de consumar a sua brutal reforma contra os direitos dos trabalhadores. A alteração táctica no suporte presidencial à governação, que consiste em enviar para o Tribunal Constitucional os diplomas que possam comprometer a próxima Lei do Orçamento, como este , parece mais justificada com a preocupação em minimizar danos da "execução" desses planos do que em proteger os mais fracos. .

Uma disputa judicial hipócrita e evitável

Começou a evitável disputa judicial em torno da hipócrita lei da limitação dos mandatos autárquicos, transferindo para os tribunais o que poderia e deveria ter sido esclarecido a tempo e horas pelo PSD e pelo PS (vá lá, também pelo CDS...), se estes partidos do chamado arco da governação tivessem tido um pingo de decência para vir dizer, preto no branco, que alcance pretendiam efectivamente dar à atamancada lei que pariram, apresentando em tempo útil um projecto de lei de cuja redacção já não restasse agora nem a menor ambiguidade semântica nem a mais ínfima hesitação ética.

Uma provocação escusada

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Monumento ao cónego Melo, contra todos os avisos e todas as prudências. A foto foi copiada do 5 dias , com a devida vénia Contra vozes razoáveis e a avisada abstenção dos dois partidos da Direita, o assim chamado partido de esquerda Partido Socialista fez passar na autarquia a aprovação de uma escusada provocação - a implantação, em Braga, em pedestal tamanhudo, de uma estátua ao cónego Eduardo Melo. Consta que a inauguração está marcada para depois das  eleições autárquicas. Melhor será que jamais aconteça. E que a próxima maioria camarária dê a volta quanto antes ao escusado imbróglio. .   

Do chapelino do S. Bento de Ermelo

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No mosteiro de Ermelo, Arcos de Valdevez, forçosamente há que reparar na estátua de S. Bento, apesar das suas escassas dimensões: um surpreendente chapelinho resguarda a tonsura do patrono, tão venerado naquelas paragens minhotas e redondezas. "Era  assim que o santo andava quando andava a pregar na selva!”, explicou-se, de forma breve e definitiva,  uma espécie de zelador pouco dado a conversas. .

Na morte de Urbano Tavares Rodrigues

No dia em que é conhecida a morte de Urbano Tavares Rodrigues, escritor, ensaísta, professor universitário, intelectual profunda e consequentemente empenhado na transformação social, cultural, política e económica do país , é importante recordar que, enquanto jornalista que também foi, foi um camarada solidário de que nos podemos orgulhar. .  

Era o que faltava!

Numa desesperada manobra de diversão, parece que até à Entidade Reguladora para a Comunicação Social o Ministério das Finanças quer passar a batata quente da "investigação" da misteriosa origem da celebérrima "apresentação" do Citigroup, constando que pretenderá que o Regulador mande revelar fontes de informação dos jornalistas.  Bem me custa gastar mais tempo e desgastar as meninges com esta trapalhada e parecer contribuir para escamotear outros e mais graves problemas pátrios, mas não posso deixar de declarar que espero que tamanha desfaçatez não tenha passado pela cabeça de ninguém. .  

Um esclarecimento que se impunha...

As direcções da SIC e da "Visão" esclareceram, esta noite , que a versão da famigerada apresentação do Citigroup, com a proposta de maquilhagem da dívida pública, que usaram para os seus trabalhos sobre o agora demissionário secretário de Estado dos Swap, é a que "foi entregue (...) ao Governo do então primeiro-ministro José Sócrates". Esta afirmação, que aliás não reveste a formalidade de um comunicado ou de uma nota conjuntos das direcções daqueles órgãos de informação, ajuda a esclarecer melhor o primeiro destaque no que aqui abaixo escrevo . .  

O que está mesmo em causa

Muito bem dito . As questões e os problemas de fundo são mesmo estes. .

Xeque-mate ao bispo

Como era de esperar, o secretário de Estado dos Swaps demitiu-se ao fim de manhã de hoje. Era manifesto que não tinha condições para continuar no lugar, como o parceiro de coligação já considerava ontem à noite, através do seu líder parlamentar; sendo também muito claro que não deveria ter sido nomeado. Já agora, no seu derradeiro acto, poderia ter-nos poupado ao salazarento auto-elogio do pretenso sacrifício pessoal e às despropositadas considerações sobre a prática política...  .

Xeque ao bispo

Em relação a esta reflexão , os jornalistas Paulo Pena ("Visão") e José Gomes Ferreira (SIC) acabam de sublinhar, na SICNotícias (12 horas), vários pontos fundamentais quanto à veracidade do documento usado por vários órgãos de informação versus o original do Citigroup  alegado pelo Governo. Destaco três: O facto de haver duas versões não significa que uma seja falsa; podem ter sido usadas em momentos diferentes. Apesar das trapalhadas e contradições em que caiu, o secretário de Estado dos Swaps confirmou (i) a veracidade do documento e (ii) ter participado em várias reuniões com elementos do gabinete do ex-primeiro-ministro. O facto de o comunicado do Ministério das Finanças sustentar que, no documento usado pelos jornalistas, foi introduzido um organograma que não consta do "original" não ilude nem afasta um facto essencial: todo o restante conteúdo é exactamente o mesmo. Conclusão: no xadrez da credibilidade, o Jornalismo fez xeque ao bispo e mantém a

O caso dos swaps, os poderes e o poder do Jornalismo

O caso dos governantes swap há-de vir a ser um interessante caso de estudo sobre a problemática das mais ou menos consistentes relações entre os poderes económico e político e a comunicação social, ou melhor, o Jornalismo. Em primeiro lugar, é surpreendente - a menos que eu ande ainda mais distraído do que supunha - que este tipo de negócios, especialmente com empresas públicas e o próprio Governo, não tenham sido objecto de escrutínio jornalístico, de simples notícias. Porém, veio a conhecer-se - ainda bem, mais vale tarde do que nunca. Em segundo lugar, uma vez reorientadas as antenas jornalísticas para essas práticas, é evidente o confronto entre o Poder (pois, o económico e o político, vice-versa e os dois amancebados) e o Jornalismo, parecendo-me claro que, de um modo geral, este tem cumprido a sua missão e não tem ido na cantiga do primeiro. Para ilustração, veja-se a sucessão de trapalhadas nas declarações e explicações que tem prestado o secretário de Estado dos Swaps

Então, esse esclarecimentozinho?!

À medida que as horas passam e o Governo não faz o esclarecimento público, prometido para "ainda hoje", sobre as novas trapalhadas com os swaps , cresce a consistente certeza de que o seu problema essencial é de decência. E quando a decência falta... .  

Fotobiografia de Álvaro Cunhal

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Agenda, obviamente a não perder: .

Corridas e entorses

Terminou hoje o prazo para a entrega das candidaturas aos órgãos das autarquias locais. Começou a pré-corrida eleitoral. Alguns candidatos correm contra a auto-censurada consciência de alguns dirigentes dos seus partidos, numa entorse oportunista às regras que criaram. Coerentes são os que votaram contra essas regras quando foi tempo. E o resto é cantiga! .

Não cuspo onde?

Entre as frases reaccionárias que mais abomino está aquela que um jogador de futebol de grandes nomeada e rendimentos usou por estes dias: "não cuspo no prato em que como".  Explico em breves e directas palavras: associo-as à subserviência vil e rasteira por pessoas "prontas para o preciso", como dizia um velho amigo meu. Desculpem lá a embirração. Espero que seja mais feitio do que defeito... .

"Eles"continuam a organizar-se

Insisto numa nota de reflexão que já fiz noutras ocasiões, designadamente aqui , já não sobre a mera emergência de respostas alternativas aos meios de informação capitalistas, mas já de completa afirmação e consolidação da revolta dos escravos contra o sistema que os exclui ou que os hostiliza. Proponho uma primeira leitura sobre o "fenómeno" dos assim chamados repórteres ninja , sugerindo que as abordagens não se fiquem por aqui. E insisto que estes fenómenos não são um problema para o jornalismo e para os jornalistas; são um desafio.      .

Incompatibilidades

Um camarada meu, recém-licenciado em Direito, perguntava-me há dias se a profissão de jornalista é incompatível com a de advogado. Repeti-lhe o que várias outras vezes tenho respondido à mesma pergunta: não há qualquer incompatibilidade formal - legal - entre uma e outra actividades, nem penso que seja razoável instituí-la, ainda por cima para duas profissões com um apego tão comum à liberdade e aos direitos das pessoas. No entanto, recordei-lhe o evidente risco de algum conflito de interesses - seja porque o advogado pode ser tentado a defender como jornalista os interesses de um cliente do escritório; seja porque o jornalista pode vir a ser confrontado com a necessidade de noticiar algum incidente com o cliente do advogado... Nada que não possa ser resolvido com com senso e sobretudo tendo bem presente o "velho" preceito do Código Deontológico dos jornalistas segundo o qual "o jornalista não deve noticiar assuntos em que tenha interesses". Se o mesmo valer

Inimigos comuns

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Rua do Almada, Porto, Agosto de 2013 .

O individualismo é tramado

Em “Terra de Catarina – Do Latifúndio à Reforma Agrária, Ocupação de Terras e Relações Sociais em Baleizão” (Celta, Oeiras, 2006), Margarida Fernandes discute, entre outros aspectos interessantes, as razões pelas quais a colectivização “falhou”, propondo-nos também uma reflexão sobre o problema do individualismo, muito útil para a abordagem à falência de outras experiências colectivas. No essencial, resulta a noção de que a acção colectiva, designadamente através das cooperativas e que talvez pudéssemos estender aos sindicatos, só é válida e importante na medida em que permite concretizar e satisfazer objectivos e anseios individuais, e enquanto estes durarem. Nesse sentido, a dimensão colectiva resulta meramente instrumental da satisfação de necessidades e objectivos individuais imediatos e transitórios, circunstancialmente comuns a um de indivíduos. Uma vez colocados perante uma ameaça externa ou na expectativa de que os fins individuais serão alcançados, estarão na dispos

Aluga-se estufa,

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em Lisboa, apropriada para plantas tropicais, muito espaçosa e versátil. Pode ser usada também como estação terminal de caminho-de-ferro. Trata: REFER 

Uma incógnita para lamentar

Em benefício da dúvida, ainda gostaria de saber quantos deputados da maioria parlamentar votariam logo à tarde, se pudessem fazê-lo em verdadeira e sã consciência ética e realmente dotados de real independência intelectual,  esta peça mal amanhada a que o Governo chama moção de confiança . .

Até parece que fazia falta

A Dona Fonte Governamental está de regresso  depois de amanhã. E que tal se a deixássemos a palrar sozinha? .

O novo cerco

Ainda mal acabou de ser recauchutado, o Governo sofre a acometida de um novo cerco à ainda ministra de Estado e das Finanças, por causa dos swaps e, sobretudo, da sua palavra - e do efectivo valor da sua palavra - nesta enorme trapalhada. Aceitam-se apostas: quanto dura no lugar? .  

Um sonho fatal e outras narrativas em défice nos jornais

Já vos falei do Augusto Baptista algures , lá para trás desta apressada e tantas vezes desorientada nave.  Sou suspeito - é meu amigo - , mas gostava de voltar ao assunto, a propósito de mais um notável "arrincanço" de um desperdiçado repórter que só alguém com a sua sensibilidade, a sua atenção e o seu talento seria capaz de trazer-nos.  Um retrato assim tão despojado, quase cru, e tão doce do quotidiano da gente real que habita uma cidade real e um país real faz-nos lembrar quanta falta fazem repórteres assim, com histórias com gente dentro, e de quão a leste da vida real estão tantas redacções. Já agora, há que ler igualmente: O homem do garrafão O   Boneco   de Maria Três milhões de degraus por amor aos gatos O camarada doutor O retrato do retratista Um ás da sobrevivência Um homem do TEP Mestre Pedrosa O seringador A árvore de pé descalço O tocador de trombone E depois não digam que não tenho razão quando falo do desperdício de talen

Leonardo Boff e o papa Francisco

Por razões culturais e políticas, e independentemente das opções religiosas, não é possível deixar de prestar atenção, nem que seja ao correr do débito diário de noticiário, à existência da Igreja Católica e, em particular do seu chefe, e das intervenções deste no espaço público. Nesse sentido, não se pode ignorar que o pontificado do papa Francisco está a ser marcado por diferentes e mais ousadas - para os cânones habituais - formas de aparecer e de estar. Uma amiga minha dizia-me hoje que, antes de mais, já não restam dúvidas de que é pelo menos uma pop star . Falava da forma. Quanto à substância, ao conteúdo concreto da mensagem e da actuação, não é sequer líquido que ouse descolar do essencial em relação aos seus antecessores. Talvez mais uma razão para acompanharmos com atenção as leituras que vai fazendo o teólogo brasileiro Leonardo Boff, que, por estes dias, nos surpreendeu com esta (súbita?) análise da missão de Francisco . .

Crise de iniciativa presidencial (9)

Dizem que amanhã  (re)começa um novo ciclo. Vicioso. .

Crise de iniciativa presidencial (8)

O Presidente da República optou por salvar o governo e os interesses dos credore s.  O país pode esperar pelo menos até ao Orçamento de 2014. E continuar a afundar-se.

Crise de iniciativa presidencial (7)

PS, PSD e CDS-PP não chegaram a acordo para salvar a iniciativa presidencial. As justificações do PS servem para o próprio PS perceber por que razões o PCP e o BE não poderiam alinhar na mascarada de negociações em que o país derreteu mais uma semana de crise. A única iniciativa séria que Cavaco Silva pode ter agora é devolver a palavra ao povo. Sem demora. .

Crise de iniciativa presidencial (6)

Mal acabou a votação da moção de censura apresentada pelo PEV, os deputados do PSD e do CDS-PP aplaudiram de pé a rejeição, olhando e sorrindo na direcção das bancadas da oposição, PS incluído.  Boa parte dos deputados do PS abandonou o hemiciclo de imediato, suponho que em protesto. Não foi um quadro bonito. E talvez tenha sido um sinal para clarificar as hesitações.  Consta que amanhã é o dia decisivo, mas hoje continuou o crescendo de pressões sobre o proclamado "diálogo entre os partidos", com o próprio Presidente da República a pronunciar-se em directo, nas televisões, sobre o "entendimento" com o qual ele quer salvar o pacto das tróicas, sabendo nós muito bem que este pacto está a destruir o país.

Crise de iniciativa presidencial (5)

Ao quarto dia de negociações em torno dos três pilares sagrados da crise de iniciativa presidencial para salvar o pacto de agressão, o cerco do consenso aperta-se: um manifesto de 20 empresários e personalidades para que os partidos se entendam; um apelo das confederações patronais com a UGT atrelada, para que os partidos se entendam; os sinais dos mercados, exigindo o entendimento. E a noite vai entrando e consumindo a ansiedade mediática... São 23h30, os jornais estão a fechar, os telejornais da meia-noite não tardam, e não há uma luzinha que brote de S. Caetano à Lapa. Será desta? Ruptura ou consenso? Consenso ou ruptura? E nem o sítio do PS na Rede debita a prometida informação transparente. Ruptura ou consenso? Consenso ou ruptura? Amanhã, discute-se no Parlamento a moção de censura apresentada pelo PEV.