Só porque sim?...


Uma versão no "Público", por exemplo

Uma versão em "The Guardian", outro exemplo
Anda grande discussão por causa desta fotografia do senhor Fraçois Hollande, com um sorriso patético estampado presidencial rosto, como se fosse coisa sacrílega.
Vai-se a ver - basta escrever o nome de S. Ex.ª num qualquer motor de busca - e abundam fotos tão ou mais, digamos, patética, do que esta e não consta que alguma delas tenha levantado tamanha celeuma. Eis um exemplo:
No sítio da TF1

Vai-se a ver - e novamente basta folhear os jornais e revistas ou introduzir o nome de uma qualquer personagem da vida pública - e logo brota uma torrente infindável de imagens - patéticas, ridículas, comprometedoras, chatas, etc. - pespegadas nas suas páginas, por desatenção e descuido dos editores ou devidas a mais ou menos discutíveis critérios editoriais (lá tinha de ser...). 
Sendo certo que, especialmente no que diz respeito aos homens e às mulheres investidos de cargos públicos, há fotos que, em função da expressão, do contexto, da composição, da mensagem subliminar, da mensagem explícita, entre outros factores, a generalidade dos editores não hesita muito em escolher.
O tema é aliás muito interessante, do ponto de vista da própria da comunicação política, da estética da fotografia em geral, da função do fotojornalismo em particular, das possibilidades de interpretação do teatro político, entre muitas outras, e, especialmente, dos problemas ético-deontológicos, mesmo na nossa modesta dimensão doméstica.
Eu poderia trazer aqui exemplos múltiplos - do esgar de dor à perna feminina desvendada; do sorriso matreiro à máscara de ira; da ilusão do beijo na boca aos corninhos... - mas isso é obra a requerer tempo e paciência. O que importa é reconhecer que o tema - não desta foto, mas deste tipo de fotos - é por vezes sensível e que nem sempre temos a disponibilibidade, muito menos a disposição, para discuti-lo no interior das redacções.     
Mas a questão que se coloca é a de saber por que que razões foi exactamente esta - agora, e só agora - a levantar esta celeuma estival. Só porque sim?...
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