O caso dos swaps, os poderes e o poder do Jornalismo

O caso dos governantes swap há-de vir a ser um interessante caso de estudo sobre a problemática das mais ou menos consistentes relações entre os poderes económico e político e a comunicação social, ou melhor, o Jornalismo.
Em primeiro lugar, é surpreendente - a menos que eu ande ainda mais distraído do que supunha - que este tipo de negócios, especialmente com empresas públicas e o próprio Governo, não tenham sido objecto de escrutínio jornalístico, de simples notícias. Porém, veio a conhecer-se - ainda bem, mais vale tarde do que nunca.
Em segundo lugar, uma vez reorientadas as antenas jornalísticas para essas práticas, é evidente o confronto entre o Poder (pois, o económico e o político, vice-versa e os dois amancebados) e o Jornalismo, parecendo-me claro que, de um modo geral, este tem cumprido a sua missão e não tem ido na cantiga do primeiro.
Para ilustração, veja-se a sucessão de trapalhadas nas declarações e explicações que tem prestado o secretário de Estado dos Swaps (sintetizadas, por exemplo, aqui), que nem a estonteante descoberta de manipulação "revelada" pelo Ministério das Finanças vem esclarecer.
Porém, não podemos negligenciar a afirmação de que o documento relativo à proposta de swaps feita ao gabinete de Sócrates utilizado pela comunicação social apresenta diferenças, que podem ser relevantes, em relação ao que o Governo diz ser o verdadeiro.
No xadrez da credibilidade, cabe ao Jornalismo o próximo lance.
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