Presenças recorrentes de “ex” nos media

Reparemos na recorrência de certas presenças políticas, chamemos-lhes assim, de “ex” nos media. Por exemplo, ainda ontem e hoje, a pretexto da crise política, lá vejo na televisão Pedro Santana Lopes, ex-líder do PSD e ex-fugaz-primeiro-ministro.  Se não é PSL, é Luís Filipe Meneses, ex-fugaz líder do PSD.
A questão é que os critérios das presenças não são apresentados de forma clara aos cidadãos. Por exemplo, não se percebe por que razões se valoriza tanto a opinião destes “ex” do PSD e não valoriza as opiniões de outros “ex” desse e de outros partidos – ou de outros ex-primeiro-ministros. E muito menos se explica por que razões se deu a palavra àqueles e não a outros.
Pode ser que alguns “ex” não estejam pelos ajustes e resistam o assédio dos jornalistas à sua palavra (sei, por exemplo, que Marques Mendes tem declinado comentários). Mas seria útil ao escrutínio cidadão do funcionamento dos media que se explicasse a que propósito, a que pretexto e com que justificação se dá a palavra a uns e não a outros.
É que não basta estar disponível para mandar uns bitates por tudo e por nada; nem satisfaz a eventual desculpa de que os jornalistas apenas dispõem destes contactos.

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