A manifestação da Geração à rasca, os media e outras manifestações

São 13.30 horas. Falta hora e meia para começar a chamada manifestação da “geração à rasca”. Desconhece-se ainda o que vai acontecer e como vai acontecer. Sobretudo, desconhece-se o que vai acontecer depois da manifestação e depois do dia de hoje.
É um caso de estudo – que vivamente recomendo – para sociólogos, politólogos e comunicólogos, entre outros. Não faltam motivos de protesto – e as medidas anunciadas esta semana pelo Governo contra o emprego e as novas medidas de austeridade anunciadas ontem confirmam-no – e o acontecimento mostra que, afinal, a democracia está viva e recomenda-se.
Mas também não faltam pretextos de estudo do fenómeno. Não me refiro apenas ao seu carácter difuso, à génese e ao desenvolvimento “virtuais” do protesto. Vou um pouco mais ao concreto: sendo certo que o movimento nasceu nas redes sociais – no caso, o Facebook  – , seria muito interessante analisar (razões e consequências...) o impulso decisivo que os media convencionais lhe deram praticamente desde o primeiro instante e o enlevo de alguns pelo proclamado carácter não ideológico, não-partidário e não-sindical da iniciativa.
Já agora, sugestão por sugestão, acrescento outra: seria interessante que tal estudo fosse acompanhado por um outro, comparado, sobre atitude dos media em relação aos preparativos e à mobilização para iniciativas/manifestações de carácter sindical, nos anos e meses passados e nos dias e meses que se aproximam.
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