A imperial aparição

Cinco dias depois da tragédia que se abateu sobre o Japão, um tal senhor Akihito dignou-se emergir do imperial recato e quebrar o silêncio para se dirigir aos seus súbitos pela televisão, como pelos vistos faz apenas muito raramente e, parece, nos momentos de extraordinária importância.
Com pelo menos uma central nuclear já à beira de gerar um apocalipse (diz quem, pelos vistos, sabe destas coisas) e grande parte do país juncado de destroços, milhares de mortos (serão dez mil?) e largas centenas de milhar de feridos, desaparecidos, desalojados e deslocados por causa dos sismos e do tsunami do final da semana passada - a maior crise nipónica depois da Segunda Guerra Mundial - , é estranha esta noção de excepção para uma aparição imperial.

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