É preciso tomar partido

Suponho que ainda venho a tempo de dizer isto: a manifestação de sábado passado foi bonita. Mas, como escrevi então, convinha saber o que acontece depois de sábado. Por outras palavras, o que podem as gerações à rasca fazer com aquela vitória. Consta que há muitas ideias, o que é bom, ainda que muitas de sentidos e em sentidos contrários.
Algumas inquietam. Por exemplo, inquieta que, no afã (preconceituoso?) de não terem (ou declararem não ter) partido, nem sindicato, nem… , dinamizadores, animadores e aderentes terem declarado que aderir, apoiar e apelar à participação na manifestação da CGTP do próximo sábado seria “matar” o movimento.
Ora, acontece que, justamente, o que está em causa é mesmo a necessidade de tomar partido, defender ideias, elaborar propostas, bater-se projectos concretos e balizar-se por valores, ideais e objectivos; e também pugnar por estes contra – ou em oposição a – outros. Significa ter “uma ideologia” e bater-se contra outra? Sim.
E por favor não venham com a treta de que as ideologias acabaram e que a “geração actual”, o que quer que isso seja, não tem ideologia. Porque se há atitude ideologicamente vincada é precisamente essa de afirmar que se é avesso, que se não tem, que se abomina ideologias.

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