Sobre a área social do PSD
Na retoma dos trabalhos parlamentares após a interrupção de Verão, o plenário reuniu-se sob a forma de Comissão Permanente, dedicada, no fundamental, a declarações políticas, além de votos.
A declaração política do PSD, vertida num
discurso muito enfático, muito laudatório, aliás despropositadamente laudatório,
versou a área social.
Omitiu, no entanto, temas como o
desemprego, que em Julho atingia mais de 294 mil inscritos, dos quais mais de
113 mil (38,44%) há um ano ou mais, e quase 84 mil (28,54%) tinham 55 anos ou
mais.
Esses dados evidenciam dois problemas
sérios: o desemprego prolongado e as dificuldades em regressar ao mercado de
trabalho.
Ambos os problemas remetem para a urgência
de medidas de fundo para assegurar empregos e para a necessidade de ser
garantido o acesso à reforma antecipada sem qualquer penalização.
Nada disto esteve presente no discurso do
PSD. Nem medidas para o fomento de emprego – e emprego com direitos!
Muito menos o PSD falou de medias de
emprego com direitos e para o aumento geral dos salários, em pelo menos 150
euros, e do salário mínimo nacional já em 2024 e não para as calendas de 2028.
Falou de idosos, mas não deu uma palavra
sobre aumento das pensões de reforma, quando a esmagadora maioria (75% ou mais)
aufere valores de pouco mais de 500 euros, ou menos de 600 euros.
Ainda menos se referiu à urgente
distribuição justa da riqueza, ou à necessidade de contrariar o modelo de
baixos salários e a sobre-exploração do trabalho e promover o aumento da
produção nacional.