Luís Marques Mendes, o discreto tabloidismo
Uma das características do jornalismo
tabloide é a simulação de novidade quando realmente a notícia já não passa de
um segredo de polichinelo, ou seja, quando recorrer a certos artifícios para
apresentar como novo – como notícia fresca, como cacha – aquilo que já outros
anunciaram.
Ocorre-me frequentemente isso, sobretudo
quando me dou à pachorra de ouvir o comentador residente dos serões dominicais da
SIC, dando-me conta de que, com frequência – passe a redundância –, a sensação de “novidade” nele coincide com a falta de atenção nomeadamente ao Expresso da véspera e/ou de notícias do
dia.
Quando Marques Mendes “avançou” ontem, com catedrática veemência, que "Francisco Assis não será candidato adeputado", como se fosse novidade sua, poderia o próprio – ou a pivô, se o
comentador não estivesse para aí virado – ter honestamente acrescentado que o
lera já, nomeadamente
na edição em linha do Jornal de Notícias.