Reformas: Não, a culpa do não aumento em Janeiro não é do PCP nem da CDU!
A cena passou-se, na manhã de hoje, numa acção da CDU
de contacto com a população, no âmbito da preparação das eleições legislativas
de 30 de Janeiro próximo. Um senhor idoso rejeita com veemência o documento que
lhe ofereço. “Não tendes vergonha de andar a distribuir isto?!” Respondo que,
pelo contrário, temos muito orgulho. O homem aponta a capa do desdobrável e
abespinha-se: “Foi por causa destes que deixei de ganhar dez euros a partir de
janeiro!”.
À força de tão repetida, esta
mentira tem feito o seu caminho, especialmente entre os menos informados, pela
mãozinha perniciosa que vai manipulando a comunicação política e também alguma
da comunicação social.
Como o PCP tem procurado
esclarecer, não é verdade que, em consequência da não aprovação do Orçamento do
Estado para 2022 (aprovação essa que o PS não quis), já não é possível aumentar
as pensões em Janeiro. Assim como é certo que nada impede que o aumento se
concretize nesse prazo.
É preciso esclarecer, agora e mais uma vez e todas quantas forem necessárias:
1. O que o Governo apresentou na proposta de Orçamento – e sob pressão – foi o aumento de dez euros a partir de Agosto, para pensões até 658 euros.
2. Por insistência do PCP, o Governo admitiu a antecipação para Janeiro do seu alargamento, ainda que limitado.
3. O Governo pode e tem margem para o fazer, como o próprio primeiro-ministro já reconheceu, mas não quer.
4. Ao adiar um aumento que podia muito fazer de imediato (efeitos a Janeiro próximo), o Governo transforma-o em promessa do PS e usa-o como arma eleitoral – em seu próprio benefício e hostilizando o PCP e a CDU.
5. A CDU defende o aumento das pensões já partir de 1 de Janeiro de 2022 e por ele continuará a bater-se.
Já agora, deve recordar que é à CDU que se deve o aumento extraordinário das pensões em 30 e em 50 euros mensais para mais de 1,5 milhões de reformados nos últimos anos. Por vontade do Partido Socialista, tais aumentos não teriam existido. E foi por causa da imposição do PS que ficou de fora quem mais descontou para a Segurança Social.