Diário Off (12)


Desconfinamento, fase 2. Prosseguem em boa degustação os almoços de suas excelências as altas figuras do Estado, amesendadas em restaurantes de Lisboa para dar o incentivo ao regresso urgente da clientela. Está certo, que donos das casas, cozinheiros e empregados de mesa também têm barriga para encher e é justo que lhes reponham o sustento.

À entrada, falam suas excelências aos jornalistas, servindo-os de entradinhas a preceito, pois que ali haviam chegado salivando por um pitéu de actualidade, se não for maçada temperado pelo menos com um tudo-nada de intriga – seja a recondução de S. Exa. na presidencial cadeira, seja, como hoje, a opinião de S. Exa. sobre a intervenção do Estado na TAP, assunto melindroso que S. Exa. quer resguardar no devido recato.

Fez saber a senhora ministra da pasta competente que o número de trabalhadores postos em lay-off ascendia, em 30 de Abril, aos 735 mil, relativos a 90 mil empresas, às quais a Segurança Social pagou até então 284 milhões de euros. Dessas, 64 716 já pediram a prorrogação por mais um mês.

Necessitarão de facto todas ou é oportunismo? Há casos de oportunismo descarado, com empresas a laborar em pleno mas a receber menos. Estamos nisto e o primeiro-ministro admite prolongar o regime simplificado para além de 30 de Junho…

Continua o alvoroço à volta do manifesto apoio do secretário-geral do PS à recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa à Presidência e da “reflexão” da embaixadora Ana Gomes sobre a hipótese de avançar com uma candidatura.

Mas já parece serenar a suspensão da democracia interna, com o adiamento do congresso do partido para depois das eleições. Diz o presidente do PS, Carlos César, que é que não discuta personalidades mas sim o país. Se fosse num partido que eu cá sei, o que ror de tinta que já por aí corria…

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