Sobre a justeza de uma luta: os trabalhadores do sector público e os outros

A determinação e a justeza com que um vasto conjunto de organizações sindicais - Sindicato dos Jornalistas incluído - está a combater a injusta, inaceitável e contraproducente medida do Governo e do Bloco Central De Facto de cortar nos vencimentos e subsídios de alimentação e congelar as progressões dos trabalhadores da Administração Central, das empresas públicas e das empresas de capitais exclusiva ou maioritariamente públicos pode induzir a ideia de que os sindicatos estão a defender um reduto de privilégios dos funcionários públicos e afins; ou que tais cortes se estendam também à generalidade dos trabalhadores, pagando todos a crise.
É necessário insistir nisto: tal medida, sendo ilegal e injusta para os trabalhadores abrangidos por ela, é injusta qualquer que seja o universo, porque mesmo que todos os trabalhadores fossem chamados a dar o seu tributo para combater o défice - e não poderia ser senão através da via fiscal, com novos agravamentos, pois os seus salários não saem do Orçamento do Estado - continuariam a ser eles a pagar a maior factura de uma crise pela qual não são responsáveis, ao mesmo tempo que os grandes lucros dos grandes grupos e do capital financeiro continua incólumes.
É necessário também repetir que, ao invés das medidas que induzirão uma forte recessão, é determinante estimular as actividades produtivas geradoras de riqueza e de emprego, ambos fonte de receita fiscal, e tributar de forma justa os lucros desmesurados e sobretudo os lucros que não sejam reinvestidos nas empresas. E por aí fora.
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