A mensagem de Cavaco, o silêncio de Alegre e o resto

Não sei se Manuel Alegre, candidato apoiado pelo Bloco de Esquerda e pelo Partido Socialista (por esta ordem cronológica...), já comentou - de facto e por inteiro - a mensagem de Ano Novo do Presidente da República, candidato Cavaco Silva. 
Mas, pelo andar da carruagem e pelo teor da declaração do porta-voz do seu partido, talvez prolongue o quase silêncio por fugazes momentos quebrado pelas lacónicas palavras que, ontem, concedeu, julgo que à RTP (nem a agência Lusa, nem os jornais, nem as rádios, nem as outras televisões lograram chegar à fala com ele), com as quais derramou o óbvio: que o Presidente, sendo recandidato, deveria coibir-se de dirigir a "tradicional" mensagem ao povo. 
Francisco Lopes disse logo - e bem - o que nem Alegre (escrevo de memória) nem o PS quiseram (ou puderam?) dizer: que se tratou de uma mensagem eleitoralista, como bem assinalaram o PCP e o BE. Logo à primeira audição (não foi preciso relê-la), deu para identificar os tópicos da agenda comum do Presidente da República e do candidato Cavaco Silva, e vice-versa. 
Que o Governo não queira hostilizar o Presidente da República, percebe-se; que o PS também não o queira fazer, também. Mas o PS e Alegre têm de explicar isto um bocadinho melhor.
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