Despedimento um, despedido dois, desped... alguém dá mais barato?!

Os patrões e o Governo estão a trabalhar activamente para embaratecer os despedimentos, facilitando-os ainda mais. Segundo noticia o "Diário de Notícias" de hoje, a Confederação da Indústria ganha o campeonato da desfaçatez e reclama um tecto máximo de 15 dias de indemnização por cada ano de trabalho e no máximo 12 meses. Ou seja, mesmo que o trabalhador despedido tenha 20 ou 30 anos de empresa, que fique completamente desprovido de outros recursos e que seja demasiado velho para alcançar outra oportunidade ou demasiado novo para atingir a reforma.
A batalha, escreve Carla Aguiar, trava-se no dia 28 na Concertação Social. Com o caminho que os entendimentos pré-cozinhados entre o Governo e os seus parceiros de conveniência está a seguir, em passo acelerado desde Dezembro, está-se mesmo a ver que a "batalha" não passará de uma escaramuçazita de salão para fingir divergências e dissimular cumplicidades e subserviências.
Há muito que os patrões querem tudo e muito mais e o Governo está a entregar-lhe de bandeja. Bem podem pregar o PS e Alegre pela defesa do Estado Social: da conversa fiada à coerência vai um grande passo. Por essas e por outras é que as batalhas hão-de ser travadas noutros lugares.
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