O terrorismo fascista começou há 50 anos

A 26 de Maio de 1975, passam hoje 50 anos, o Exército de Libertação de Portugal (ELP), organização terrorista constituída por exilados do fascismo português baseada na Espanha franquista, reivindica a autoria da invasão e destruição da sede do Movimento Democrático Português/Comissões Democráticas Eleitorais (MDP/CDE) em Bragança.

Começava o terror dos ataques, dos incêndios e das bombas contra forças e organizações de esquerda e operárias, a cargo do ELP e de outras estruturas fascistas, como o Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP), com o objectivo de desestabilizar o país e contrariar pela força o processo revolucionário.

Entre 26 de Maio de 1975 e Abril de 1977, o terrorismo fascista foi responsável por 566 acções violentas, cerca de metade das quais nos primeiros seis meses de 1975, mas que prosseguiram depois do 25 de Novembro.

Mesmo entre o 25 de Novembro e a promulgação da Constituição da República Portuguesa, a 2 de Abril de 1976 (neste dia, um atentado à bomba mata em Vila Real o padre Maximiniano de Sousa e a estudante Maria de Lurdes), estão recenseados 130 actos terroristas.

Daquelas 566 acções, assinalam-se 310 atentados bombistas, 136 assaltos, 58 incêndios, 36 espancamentos, 16 atentados a tiro e dez apedrejamentos.

Destacam-se como alvos essenciais o Partido Comunista Português (160), o MDP/CDE (53), outros partidos de esquerda (32), Partido Socialista (16), órgãos de comunicação social e instituições culturais (40), sindicatos (31) e militares (19).

Meio século depois, a extrema-direita não esconde – e até se gaba delas! – as intenções revanchistas que persegue no ascenso que encetou. Cabe à Esquerda e aos democratas resistir-lhe e combatê-la.

 

Para ler:

Entre várias outras obras, recomenda-se muito “O 25 de Novembro a Norte”, de Jorge Sarabando, já com várias edições da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto.   


Na imagem: um momento relativo ao assalto ao Centro de Trabalho de Braga do PCP, um dos mais dramáticos e significativos actos do terrorismo anticomunista.

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