Sobre a importância da leitura




Pergunta-me o Facebook(*) em que estou a pensar. Estou a pensar, querido Facebook, na primeira pergunta – feita à queima-roupa e sem salamaleques – que o meu primeiro chefe me fez: “O que andas a ler?”. Parecia uma impertinência entre o despótico e o gabarolas, mas respondi. 

Imperturbável, voltou à carga com uma série de perguntas sobre as minhas preferências literárias.
Amiúde, assalta-me isto à memória, não só pela gratíssima memória do meu querido Américo Magalhães, mas também pelo que vou topando, nos meus próprios actos e nos dos meus pares, a alguns dos quais invejo o talento e a cultura.

Digo isto agora, quase no limite do desgosto e com os ouvidos feridos com a soma já insuportável de uns quantos “directos” e outros “géneros” televisivos (e radiofónicos também) com tantos e tantos tratos de polé infligidos à língua-mátria.

A indigência lexical, a repetição absurda de termos, o emprego de termos e de expressões que se não domina, a dificuldade em articular uma frase inteligível, a avalancha de lugares comuns e o abuso de “muletas” são tão frequentes que não deixo de pensar no que o Américo, o Abílio Marques Pinto e o Júlio Santos – já falecidos – tantas vezes me ensinaram sobre a importância de leitura.

É a leitura que abastece e aconchega o alforge a que lançamos mão para contar o mundo.
 
(*) Texto originalmente publicado no perfil do autor no Facebook.

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