Diário Off (32)


20, um novo número – Segundo as novas revelações acerca do bárbaro assassínio, em 25 de maio, do cidadão George Floyd por um polícia de Minneapolis, amparado por criminosa cumplicidade de outros agentes, a vítima conseguiu articular pelo menos 20 vezes a advertência de que não conseguia respirar.

A crueza dos números (o pescoço de Floyd esteve oito minutos e quarenta e seis segundos sob a brutal pressão do joelho do agente Derek Chauvin) mostra a impiedosa desumanidade do acto e a crueldade da indiferença perante o sofrimento de outro ser humano.

Brasil – O Governo brasileiro apoiado pela Arábia Saudita, pelo Katar, pelo Baharein, pelo Paquistão e pelo Iraque, quer que um projecto de resolução em discussão na Organização das Nações Unidas contra a discriminação de mulheres e raparigas tenha suprimido um parágrafo que que defende o acesso universal à educação sexual como forma de prevenir a discriminação e a violência.

O projecto ainda está em discussão e é evidente que a esmagadora maioria dos estados-membros está contra a posição do regime obscurantista de Jair Bolsonaro. A diplomacia brasileira está mesmo nas ruas da amargura.        

Rita Rato – Prossegue a violenta ofensiva verbal contra a escolha de Rita Rato para o cargo de directora do Museu do Aljube Resistência e Liberdade, seleccionada de entre 60 candidatos e por um júri que integrava o director cessante (e o primeiro do museu), Luís Farinha, que deixa o lugar por passagem à aposentação mas assegura a continuidade do projecto.

É impressionante o rol de argumentos dos detratores da escolha, embora não surpreendam verdadeiramente os comentários de gente que se diz de esquerda mas continua a cultivar um ressabiado sectarismo.

Em matéria de anátemas e estigmas contra comunistas, essa gente chega a ser mais verrinosa e mais feroz do que a direita.
 

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