Diário Off (28)
Orçamento de Estado Suplementar – Passou, hoje, na Assembleia da
República, apenas com os votos favoráveis do PS e a abstenção cúmplice do PSD,
do BE e do PAN, o Orçamento de Estado Suplementar.
E não, não confundir os votos contra do PCP e do PEV com sentidos
de voto idênticos de outras bancadas, que nada têm a ver com as razões de fundo,
nomeadamente da bancada comunista, ontem muito bem explicadas
por João Oliveira.
Concertação social – O Partido Socialista propôs hoje o
ex-deputado e ex-eurodeputado, mas não consta que seja ex-crítico dos acordos
entre o PS e o PCP, BE e PEV na legislatura anterior, para presidente do
Conselho Económico e Social.
A eleição carece da maioria qualificada de dois terços dos
deputados da Assembleia da República, em princípio garantida: para além do
elogio do presidente do PSD, são manifestas as simpatias do indigitado pelas
alianças no campo social-democrata e foi ostensiva a sua hostilidade à “aliança
à esquerda”.
De resto, também não devemos ter ilusões: o seu perfil quadra
perfeitamente no que desde sempre o bloco central pretendeu para a concertação
social.
Brasil – Já há novo ministro da Educação. Chama-se Renato Feder,
tem 41 anos e quando tinha vinte e tal defendeu a extinção do Ministério (e de
outros tantos…) e do próprio sistema público de ensino – do básico ao
universitário – propondo, em alternativa, a entrega de cheques-ensino às
famílias para que o estado pagasse a escolarização em escolas privadas.
Parece que Feder já não defende isso, mas o perfil
de gestor, que trata a área (é secretário da Educação no governo do estado
do Paraná) como se fosse uma empresa e se está nas tintas para o diálogo com os
sindicatos do sector, não augura nada de bom para o ensino.