Diário Off (29)
Israel – Pelo menos três misteriosas explosões, causando elevados
danos e mortes, ocorreram nos últimos dias no Irão, sem que tal tenha causado
grande preocupação à chamada comunidade internacional.
Uma das explosões ocorreu no complexo militar de Parchin, causando
elevados danos; outra, seguida de incêndio com prejuízos avultados, nas
instalações de desenvolvimento de centrifugadoras de enriquecimento de urânio
de Natanz; e a terceira num hospital, matando 19 pessoas.
Perguntado, ontem, sobre as misteriosas explosões, o ministro
israelita dos Negócios Estrangeiros, Gabi Ashkenazi, deu esta enigmática
resposta: “Tomamos medidas que é melhor não dizer”.
Palestina – Um coro internacional levanta-se contra o projecto
israelita, apadrinhado pela Casa Branca com o chamado “Acordo do Século”
proclamado por Donald Trump, de anexação criminosa de um terço do território da
Cisjordânia, que o direito e a moral internacionais não autorizam, mas que
poderá concretizar-se perante a impotência geral e especialmente da Nações
Unidas.
Os movimentos Fatah, do presidente da Autoridade Palestiniana, Nahamud
Abbas, e Hamas, que governa a Faixa de Gaza, fizeram já declarações de unidade
contra aquele objectivo, tornando claro que a hostilidade – ilegítima – do Governo
israelita terá como consequência a convergência de todas as facções nacionalistas
e uma resistência armada mais eficiente.
Eleições autonómicas – As comunidades autónomas da Galiza e do País Basco
elegem, no próximo domingo, os seus parlamentos regionais, dos quais emergem os
respectivos governos autonómicos.
A crer nas sondagens, o Partido Popular (PP) renovará a maioria
absoluta na Galiza, com uma pequena descida, e o Bloco Nacionalista Galego (BNG)
duplicará o número de eleitos, enquanto a coligação de esquerda Maré Galega
poderá desaparecer.
No País Basco, o Partido Nacionalista Basco (PNV) reforçará as
suas posições, mas necessitará de fazer alianças, ou com a coligação Euskal Herria
Bildu (EH-Bildu), ou com o Partido Socialista basco (PSE-EE) ou com a coligação
Podemos-Esquerda Unida. No entanto, uma aliança de governo “progressista” entre
estas três formações não é impossível.
Não se prevê que o fascista Vox eleja qualquer deputado.
Eleições a acompanhar com atenção, portanto.
Festa do Avante! – O
presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, continua exaltado com fenómenos
que não conhece nem sabe explicar, optando pelo discurso conspiracionista a torto e a direito.
“Não percebo como é que se impede um grupo de jovens de reunir-se
para beber umas cervejas e não se cancela a Festa do Avante!”, afirmou hoje a despropósito, enxertando a diatribe nas
declarações aos jornalistas sobre a utilidade das “reuniões de alto nível” que Presidente
da República, primeiro-ministro e outros membros do Governo, presidente da
Assembleia da República e líderes e outros dirigentes dos partidos parlamentares
costumam fazer com as autoridades na área da Saúde.
O “Chicão” só confirmou que ainda lhe falta perceber muita coisa.