Diário Off (16)
António
Costa e Silva. Fixemos o nome na exacta medida da necessidade real. É o gestor
(presidente da petrolífera Partex)
convidado pelo primeiro-ministro para elaborar a proposta de plano de
recuperação económica em dez anos. Diz que a encomenda se destina ao Governo e
à sociedade civil e que não vai negociar nem reunir-se com partidos políticos.
Faz muito
bem em reunir-se com partidos políticos, porque não lhe cabe. Os dirigentes
políticos reúnem-se com o primeiro-ministro e/ou outros ministros, não com os
assessores, ou consultores, ou o que quer que o senhor seja.
Só não se
percebe por que razões os media e
certas “fontes” e figuras partidárias começaram a dar gás ao assunto do “paraministro”
e a desatar a perguntar a líderes partidários se vão reunir-se com ele.
O ministro
da Economia, Pedro Siza Vieira, diz que o Governo vai continuar a estender a
mão ao patronato, diz ele que para proteger o emprego. Tanto que haverá uma “nova
versão” do regime de lay-off para
substituir os patrões no pagamento de salários, com a promessa, disse o ministro,
de que os trabalhadores não perderão rendimento.
A medida tem
aparência de justa, no que diz respeito à garantia aos trabalhadores, aliás
reclamada pela esquerda. Mas é preciso que as regras sejam claras e o
escrutínio dos apoios esteja ao alcance de todos.
E a melhor maneira
é publicar numa plataforma digital a listagem integral das empresas que recorrem ao lay-off, com a indicação do número de trabalhadores
abrangidos por cada modalidade (suspensão
do contrato ou redução do tempo de trabalho) e a estratificação do número de horários
reduzidos segundo as diversas percentagens de redução.
Também não é descabido exigir a publicação obrigatória, na mesma plataforma, dos relatórios e contas do exercício deste ano económico.
Também não é descabido exigir a publicação obrigatória, na mesma plataforma, dos relatórios e contas do exercício deste ano económico.
Entretanto, nos Estados Unidos, prosseguem as manifestações contra o
assassínio brutal de George Floyd, contra as quais Donald Trump quer lançar o
Exército. É preciso acrescentar que as manifestações são também – e de forma
muito expressiva – contra o racismo e a
violência racial que continuam a campear nos EUA e o presidente norte-americano
nada fez, nem fará nunca, para os combater.