Diário Off (15)



Prosseguem em muitas cidades norte-americanas as manifestações de protesto pelo assassínio brutal de George Floyde, em Minneapolis, há uma semana. Donald Trump, anteontem foi recolhido, muito acagaçado, no bunker da Casa Branca, continua a acirrar polícias, militares, mastins, bastões e granadas contra a torrente que clama justiça.

Hoje, Trump chamou “fracos” a governadores que não usam o músculo com a força que ele deseja, como se não chegasse já, e continua a inflamar a retórica contra a contestação, colando o rótulo de “terroristas” aos antifascistas para pré-justificar ainda mais violência.

Dizem as agências internacionais que “as autoridades” dos Estados Unidos avisam que o coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 pode espalhar-se mais com as manifestações. Nunca um agente patogénico foi usado de forma tão letal contra a democracia.

Está em curso uma vigília com e em defesa de 27 trabalhadores precários que a RTP e o Ministério da Cultura mantêm há anos no Centro de Produção do Norte, sem que sejam integrados nos quadros da empresa a que pertencem de facto.

É uma história vergonhosa a que a RTP e o MC devem pôr termo sem demora: estes trabalhadores estão há três anos praticamente sem trabalho e sem rendimento, por castigo por se atreverem a requerer a regularização dos seus vínculos ao abrigo da lei.

Vai de vento em popa a transformação das relações de trabalho, carinhosamente soprada pela pandemia e navegando esperançosa nas águas dos media, com carinhoso destaque para o mal chamado teletrabalho a que jornais e televisões e rádios cantam hossanas.

De um modo geral, dão a palavra aos oficiantes do capital, encantados com a possibilidade de poupar umas massas em instalações – espaço, mobiliário, água, energia e chatices – e partir definitivamente a espinha à organização dos trabalhadores.

Será por isso que sindicatos são mantidos arredados de entrevistas e “reportagens” sobre as virtudes desta mudança?

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