Sobre a necessidade dos sindicatos

Vai grossa a tentação de declarar a dispensabilidade dos sindicatos e decretar mesmo a sua inutilidade. Há quem diga até que o faz por não estar cativo de nenhuma dependência ideológica - dos sindicatos, como dos partidos.
Sucede que as actuais circunstâncias e os demonstrados factos evidenciam uma conclusão muito clara (e também muito dramática): é que o declínio do movimento sindical, a perda da sua influência e o seu enfraquecimento estão numa direcção exactamente oposta à da recuperação plena da força, à enorme pujança e à decisiva influência força do patronato organizado.
De facto, os patrões, os capitalistas, podem ser muito ferozes na competição entre si, porque isso corresponde ao oxigénio da sua existência. Mas eles estão organizadas em associações patronais fortes e em confederações extraordinariamente poderosas e influentes, em níveis talvez nunca atingidos.
A prova é que o patronato e o grande capital capturaram - decida e decisivamente - o poder político e que o poder político posto ao seu serviço é implacável contra nós.
Ao poder do patronato organizado e coeso, só podemos podemos opor a força dos trabalhadores unidos e coesos e dos sindicatos fortes. E enquanto alimentarmos dúvidas sobre este problema e a sua natureza ideolóica (sendo os únicos a colocá-lo, porque os patrões, está visto, não o colocam), o patronado vai consolidando a sua força contra nós.
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