O bispo da Internet falou assim

José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda (foto oficial)

"Há pessoas que comunicam constantemente, no seio de uma família, através das redes sociais, sejam elas de telemóvel, da Internet ou do Facebook, do Twitter ou de outras formas, e depois já aconteceu estar com essas pessoas à mesa e não havia comunicação entre elas.". Estas palavras são de José Cordeiro. 
Apresentadas assim, não assumem qualquer relevância. Qualquer um de nós poderia proferi-las e isso não seria seguramente notícia. Mesmo que lhe acrescentássemos o tratamento honorífico Dom para passarmos a escrever "D. José Cordeiro", ou que precisássemos que este Dom se refere a um bispo, pouco acrescentaríamos de relevante. Qualquer padre, mesmo bispo, medianamente atento à dobadoira do mundo e às quotidianas coisas chãs do seu tempo saberia fazer tão sábia advertência, incorrendo porém no naturalíssimo risco de virem acoimá-lo de de geronte e outros nomes até menos simpático.
Dá-se o caso de esse tal José Cordeiro, sendo - já se percebeu - um bispo católico, não é um bispo qualquer. E não foi acaso que o título escolhido na versão em linha do "Diário de Notícias" o apresentou como o "bispo da Internet". É sabido: José Cordeiro, 45 anos, bispo de Bragança-Miranda, o mais jovem prelado português (foi ordenado há um ano, no dia 2 de Outubro), é um confesso e praticante entusiasta da Internet e das redes sociais e suponho (não confirmei) que é o único bispo católico português seguido no Facebook e o único a indicar um endereço pessoal de correio electrónico. O que me leva a supor que sabe do que fala.
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