Notas de campanha (12)

1. Logo haveria este automóvel de bater neste autocarro! Como se não bastasse já a chuvada que aflige os passageiros à espera do autocarro da UNIR que tarda e o outro que nunca sabe a que horas vem (diz um responsável metropolitano o que os horários “ainda estão implementação”…). Deu para se entreter o povo. “Ai a culpa foi da senhora que se atirou para a frente do autocarro!” Atropelada? “Não!, foi chapa do carro”. E com isto a Rotunda de Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia, um martírio de trânsito que é um quase um passo para a santidade dos condutores mais dados à virtude da paciência, entope, com as artérias rodoviárias a ameaçar uma embolia. “Por estas e por outras é que precisamos de melhores transportes!” É um velhote simpático, o que agarra o panfleto da CDU, na descida para a estação do Metro. “Por isso voto na CDU!” Tempo agora de rumar rua fora.

2. Numa loja, duas trabalhadoras recebem com agrado o documento da CDU. “É mesmo disto que estamos a precisar!” Aguardam a chegada da patroa, que quer ter “uma conversa” com elas. Mas elas estão a encher-se de coragem para “reclamar os direitos”. Estão sem receber salários, trabalham há vários meses – uma há seis, outra há três – e não há um dia de registos na segurança social. Segue-se a troca de impressões sobre direitos dos trabalhadores, a importância dos sindicatos e o que temos feito na Assembleia da República. “Este é dos nossos; no domingo lá estamos!”
3. No pólo universitário da Asprela, no Porto, a hora do almoço e o início da tarde são dedicados ao contacto com estudantes em instituições do Ensino Superior. Na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, há uma reivindicação justíssima: uma cantina digna desse nome. Mas vem à conversa o problema das residências estudantis e do complemento de alojamento para os estudantes deslocados. Mostramos o que temos feito, o que propomos. “Isso é fixe! Não sabia…” Na Escola Superior de Enfermagem, outra preocupação acresce – o futuro depois do curso. Vamos então às propostas da CDU. Reforçar a cobertura em enfermeiros de família, melhorar as respostas em cuidados de saúde primários, em saúde mental, em apoio domiciliário. “Se for assim, não precisamos de emigrar”, diz uma estudante. A emigração dos jovens qualificados e altamente qualificados é tema também na Faculdade de Engenharia, onde decorre uma feira de empregos. “Por favor, não deixem fugir estes jovens!”, exorta um hospedeiro de uma empresa que angaria talentos de engenharia. Que não, claro, por isso propomos uma forte aposta no desenvolvimento da indústria com uma maior base científico-tecnológica. Ele põe um ar de surpresa. “Ah!, mas isso é muito bom!” Há que acrescentar: falamos de jovens altamente qualificados que custaram muito ao país e de que cuja formação outros países de aproveitam, pelo quemos de garantir melhores salários…
4. No interface CP/Metro do Porto/Autocarros urbanos e suburbanos, há um formigueiro agitado de gente que parte para o regresso a casa. Nesta acção, estamos a distribuir um documento dirigido aos problemas dos transportes, com o desenvolvimento da ferrovia, da rede do Metro e com críticas à rede UNIR. Esta senhora, por exemplo, que aqui está há mais de meia hora e não sabe a que horas terá autocarro, mostra um sorriso de agrado quando falamos na expansão da rede do Metro até Valbom. “Isso é que era preciso, era só andar mais um bocadinho! Como se arranja?” É o que o PCP e a CDU têm proposto. E por isso estamos aqui a fala com as pessoas. “É por isso que não são iguais aos outros”, observa um homem, tomando o panfleto. “Domingo, lá estarei!”
Nota: as acções de hoje contaram com a participação da deputada do PCP no Parlamento Europeu, Sandra Pereira.
Mais informações na página da CDU - Distrito do Porto

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