Notas de campanha (11)

1. A jornada de hoje começa com o apoio à luta dos trabalhadores da Imprensa Nacional Casa da Moeda, que se concentraram à porta das instalações em Lisboa e no Porto exigindo a consagração, no Acordo de Empresa em negociação, a actualização do subsídio de refeição (congelado há 14 anos!), a valorização dos salários em pelo menos 150 euros, horários iguais e o fim da precariedade.

2. Acção de contacto com a população e comerciantes na zona de Santo Ildefonso, no Porto. Uma aflição comum de quem tem casa aberta: a ameaça ou a mera possibilidade de vir a ser despejado. O gerente desta loja de instrumentos, por exemplo, queixa-se da brutal quebra das vendas, e aponta o receio de um aumento da renda – “Não aguentaríamos, seria a nossa morte”, diz. No Centro Comercial Invictus, que já foi há muito a coqueluche da cidade, os donos de duas pequenas lojas de retrosaria testemunham em carne viva a experiência. Um foi expulso da Praça de Carlos Alberto; outro da Rua de Passos Manuel. Nos dois casos eram casas da especialidade com décadas e história; o galope das rendas esmagou-os. “A culpa é do PSD e do CDS, dessa Cristas!”, protesta um deles. Mas olhe que o PCP propôs na Assembleia da República a revogação da lei dos despejos, mas os do costume votaram contra.  

3. Matosinhos recebe com simpatia mais uma acção de contacto, nas ruas e nos estabelecimentos. As propostas para melhorar a vida das pessoas… Num eco, a resposta “É bem preciso!” E é possível, melhorando os salários e as pensões e reformas. Este senhor estaca a interpela: “Mas como é que há dinheiro para aumentar as reformas?” Bastaria travar as borlas fiscais ao grande patronato no valor de 1 600 milhões, que é exactamente o mesmo que custaria aumentar as reformas. É um exemplo. “Ah!, então se é assim, vamos pensar nisso!” Um comerciante aceita a propaganda com delicadeza. “Temos de dar mais força ao grupo do PCP, faz-nos muita falta”, diz.  

4. A jornada de campanha termina em Ermesinde, com mais um contacto com a população, com uma brigada bastante alargada, numa arruada espontânea que anima o final da tarde. Nas lojas à volta da praça da estação, ultimam-se compras, mas há ainda tempo para breves trocas de impressões. “É preciso ter paciência. Há quanto tempo andam nisto?”, interpela uma cliente. Há 103 anos, minha senhora, completos hoje. Ela sorri. “Parabéns! Bem merecem!” O PCP e a CDU merecem, sim! Nas intervenções finais do dia, palavras de balanço provisório da campanha: confirma-se a importância decisiva do contacto permanente com os trabalhadores, com o povo, com as populações – a conhecer os seus problemas, a apontar as soluções. Viva o PCP! Viva a CDU! 


Nota: As acções de hoje contaram com a participação da minha camarada Sandra Pereira, deputada do PCP no Parlamento Europeu.

Mais informações na página da CDU - Distrito do Porto

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