Macron pela calada da noite


Escondido na penumbra da madrugada (eram quatro da manhã locais), o presidente francês, Emmanuel Macron, promulgou a controversa lei da chamada reforma das pensões. Tinha 15 dias para fazê-lo, mas optou por atuar já, pela calada da noite.

O facto em si mesmo reveste um significado de indiscutível gravidade, do ponto de vista da prática democrática. 

Premonitoriamente, o secretário-geral do Partido Comunista Francês (PCF), Fabien Roussel, bem apelara, ontem ao fim da tarde, para que o presidente não promulgasse a lei nas 48 horas seguintes ao pronunciamento do Conselho Constitucional. Seria "uma humilhação", disse.

Os franceses estão a reagir em massa nas ruas e a cólera está em crescendo. Num país cujo governo abusa dos poderes e da força policial, a situação vai agravar-se. O problema é que a disrupção social em curso acelerado poderá abrir ainda mais o campo à extrema-direita.



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