Até à próxima, meu querido e único Valdez!


Vou de regresso, depois de despedir-me do Fernando Valdez. Está um belo dia de sol de Primavera, belo como o Valdez merecia, embora lhe fosse alérgico.

Despedimo-nos todos em silêncio, um silêncio fraterno, no Cemitério do Alto de S. João, corrompido apenas pelo teimoso ruído do mecanismo que conduz ao crematório (há quantos anos está por reparar?!), comovidos e tristes: a família (ah! Como o Valdez amava a família!), e os camaradas, os do Jornalismo e os do Partido.

Entre íntimos, erguemos depois um copo em honra do Valdez; e outros ainda à galeria dos nossos mortos; e ainda um outro, final, à liberdade - como o Valdez e o Oscar Mascarenhas nos ensinaram a amar.

Depois, almocei nas calmas uns secretos de porco preto, como se tivesse o Valdez diante de mim, entre garfadas dolentes de comida alentejana, em interminável conversa.

Agora me ocorre o quanto demoravam as despedidas sempre que nos telefonávamos.

Até à próxima, meu querido e único Valdez!

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