O que pode dizer-nos este gato?


Este gato, este mesmo gato altivo e esquivo que todas as tardes de sol toma um capô de automóvel para seu soberano poiso, que nos transmite ele? Conheço-o de o topar assim, volta e meia, numa velha rua residencial que escorre para a Baixa do Porto, ao abrigo do silêncio apenas quebrado por um ou outro carro, ou pelas horas certas da entrada e do recreio e da saída da escola, numa dolente indiferença por quem passa. Mas, sim, que nos diz ele de uma rua, de um velho Porto que se desfaz no bolor dos prédios que apodrecem? Que talvez não haja um retorno.

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