Jornalismo e desesperança

Sempre que me perguntam sobre o futuro da Imprensa, tenho procurado responder, não sei se convencendo, que a Imprensa está longe de estar esgotada e que são pelo menos três as frentes da sua resistência e da sua evolução possíveis:
a) A da Imprensa de qualidade, de referência, embora talvez destinada a uma elite mais exigente que não se conforma com o info-entretenimento que poderá absorver o grosso da Imprensa;
b) A da Imprensa de nichos especializados, procurando responder a franjas mais ou menos importantes, mais ou menos numerosas, de cidadãos com necessidades e exigências específicas e/ou que não estão satisfeitas pela grande Imprensa generalista; e
c) A da Imprensa local/regional, de proximidade, se conseguir empenhar-se mais em responder melhor às necessidades, anseios e expectativas dos cidadãos e constituir-se em agente decisivo do desenvolvimento cultural, social e económico.
Lembrei-me destas recorrentes reflexões a propósito de um amargo desabafo de um camarada de profissão: "Se for despedido, procurarei outra actividade, porque já perdi a paixão romântica pelo Jornalismo e já não penso que haja alternativas". 
Perderemos todos a esperança?
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